São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006

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Países impõem restrições ao mecanismo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CCR foi criado em 1965 pela extinta Alalc (Aliança Latino Americana de Livre Comércio).
Na época, era uma política de caráter cambial, que funcionava apenas como uma alternativa à falta de dólares, mas fomentou o comércio. Em 1980, 61,42% das trocas comerciais da região passaram pelo sistema, mas em 2005 a proporção caiu para apenas 4,98%.
Nos anos 1980, muitos governos obrigavam o comércio a passar pelo CCR, por causa da falta de liquidez. Atualmente, a maioria dos países impõem restrições ao CCR devido ao risco que os Bancos Centrais assumem.
Em 1982 os bancos centrais da Aladi (Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela) e da República Dominicana renovaram o acordo. Os países estabeleceram que o CCR ofereceria transferência, garantias e conversibilidade. Ou seja, os bancos centrais garantem a conversão imediata para dólares norte-americanos dos pagamentos efetuados por suas instituições em moeda local, quando o pagamento não for feito por cruzamento de crédito e débitos.
Os BCs também devem honrar os pagamentos das operações que passam pelo CCR. É o chamado risco bancário e é por causa dele que o BC brasileiro é contra o estímulo do mecanismo, por achar que assumir o risco não é seu papel.
"Os países da América Latina têm dificuldades em conseguir garantias, principalmente para as exportações de serviços, que são de longo prazo, e o CCR tem ajudado. O problema é que nem todo país aceita cursar a operação pelo CCR por causa da resistência dos Banco Centrais, mas é uma operação de risco muito pequena, porque o comércio não pára", disse José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB).
Segundo o BC, as operações que passam pelo CCR não são muito significativas perto do fluxo total de comércio que o Brasil tem com países da América Latina. A proporção das exportações para os países da Aladi que passam pelo CCR caiu de 10,60% em 1980 para 0,68% em 2004.
Além disso, o BC se diz atento aos riscos desse tipo de transação, mas ressalta que o CCR não é um mecanismo que oferece garantias para exportações e importações propriamente ditas. O risco diz respeito à possibilidade de o próprio BC do país importador não efetuar os pagamentos ao exportador brasileiro. (CD)


Colaborou NEY HAYASHI DA CRUZ , da Sucursal de Brasília


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