São Paulo, sexta-feira, 25 de setembro de 2009

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Bolsa recua com cenário ruim e desce a 60 mil pontos

Queda da Bovespa ficou em 0,74%; dólar vai a R$ 1,805

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado global não ajudou e a Bolsa de Valores de São Paulo quase perdeu o piso dos 60 mil pontos. A baixa de 0,74% computada nas operações de ontem levou a Bovespa a encerrar o pregão aos 60.046 pontos.
Quedas marcaram os negócios nos principais centros financeiros. No mercado norte-americano, houve redução de 0,42% no Dow Jones (índice das 30 ações de maior liquidez). A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 1,12%.
Na Europa, a Bolsa de Londres perdeu 1,17%, enquanto Frankfurt caiu 1,70% e Paris teve recuo de 1,66%.
Números da economia dos EUA foram os vilões do dia. A venda de residências usadas decepcionou ao registrar recuo de 2,7% em agosto, enquanto analistas contavam com a expansão do segmento.
A decepção com o mercado imobiliário, que esfriou os ânimos em relação à retomada da economia, acabou por enfraquecer ainda mais o preço do petróleo, que já havia perdido fôlego na quarta-feira após o aumento dos estoques de óleo cru nos Estados Unidos. Ontem o barril de petróleo recuou 4,5%, para US$ 65,89, o menor preço em mais de um mês.
Com as commodities em baixa no exterior, as ações de empresas brasileiras ligadas ao desempenho das matérias-primas terminaram em baixa.
As ações de Petrobras, Vale e Gerdau responderam por 35% do total negociado ontem. Como os papéis dessas três companhias recuaram, a Bolsa não conseguiu escapar do vermelho. O setor bancário também teve desempenho negativo.
Os papéis da Petrobras terminaram com depreciação de 2% (ordinários) e 1,34% (preferenciais). Para Vale PNA, houve recuo de 1,12%. A ação PN da Gerdau caiu 1,28%.
"O dado do setor imobiliário americano gerou mau humor no mercado, pois o consenso era de alta mensal de 2,1%. A queda interrompeu quatro meses consecutivos de variação mensal positiva. Os mercados acabaram por inverter a tendência de alta no dia após a divulgação", afirmou José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
A Bovespa marcou alta durante as primeiras horas de pregão, com valorização de 0,80% na máxima. Mas enfraqueceu depois da apresentação dos dados americanos e o índice Ibovespa (das 64 ações mais negociadas) passou a recuar, descendo, na mínima, aos 59.600 pontos, o que representou queda de 1,48%.
O mercado de câmbio refletiu o rumo das Bolsas. O dólar registrou apreciação de 0,95% diante do real e retomou o patamar de R$ 1,80 -fechou vendido a R$ 1,805. Na quarta-feira, havia recuado para R$ 1,788, sua menor cotação em um ano.

Ações
A ação da Embraer, que anunciou que irá realizar uma emissão de títulos no mercado internacional, com vencimento em 2020, foi outra que terminou o pregão em queda. O papel da empresa perdeu 2,43%.
No setor bancário, que decepcionou ontem, as baixas afetaram todas as ações de maior peso. Os papéis ordinários do Itaú Unibanco perderam 1,01%; Bradesco PN recuou 0,69%; e BB ON caiu 0,54%.
Os papéis das empresas de construção civil também encerraram o dia no vermelho. Com o mercado menos animado, os investidores têm se desfeito das ações de construtoras -líderes de ganhos na Bolsa.
Na lista das maiores perdas do Ibovespa apareceram Rossi Residencial ON, com depreciação de 3,04%, Cyrela Realt ON, com baixa de 2,54%, e Gafisa ON, que recuou 1,66%.


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