São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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TRABALHO

Trabalhadores da Força param hoje 70 empresas

CUT também deve marcar greve de metalúrgicos por mais reajuste

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem avanço nas negociações salariais, a CUT deve marcar na próxima semana paralisação nas empresas do grupo 10 (reúne fábricas de lâmpadas, estamparia, trefilação entre outras). A informação é da Federação Estadual dos Metalúrgicos, que representa 13 sindicatos e 250 mil trabalhadores no Estado de São Paulo.
"Desde 2000, temos feito acordo por empresa porque o grupo 10 cria dificuldades para a campanha salarial. Desta vez tem de sair acordo coletivo. Entregamos a pauta há 37 dias", diz Adi dos Santos Lima, presidente da federação. Esse setor emprega cerca de 40% dos metalúrgicos. Nova negociação entre representantes de patrões e empregados está prevista para a próxima terça-feira.
A CUT rejeitou proposta de reajuste salarial de 7,5% feita ontem por representantes do grupo 9 (indústrias de máquinas e eletroeletrônicos). O pagamento seria feito a partir de 1º de novembro de uma vez só. Para a Força Sindical, o setor ofereceu o mesmo reajuste, mas parcelado em duas vezes a partir de dezembro. Nova reunião foi marcada para o dia 5 de novembro. As cláusulas sociais desses trabalhadores estão garantidas até 2003.
Os metalúrgicos da CUT pedem reajuste para repor as perdas acumuladas nos últimos 12 meses -previsão de 9,5% a 9,7%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mudança da data-base de novembro para setembro, entre outros itens.

Força Sindical
Os metalúrgicos da Força Sindical vão parar hoje 70 empresas da Grande São Paulo por uma hora para pressionar os empresários a negociar reajustes salariais acima da inflação. A paralisação deve ocorrer das 6h às 7h e atingir cerca de 50 mil trabalhadores.
O protesto deve ocorrer em fábricas de todos os setores que negociam com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo -grupos 3 (forjaria e autopeças), 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros), 10 (lâmpadas, estamparia, trefilação etc), fundição e siderurgia.
Na lista de metalúrgicas que devem parar estão Multibras, Lorenzetti, Rolamentos Fag, BSH Continental Eletrodomésticos, Driveway, Irmão Semeraro, Montesanti, Prada, Filizona, Monark, Atlas, entre outras.
Os metalúrgicos reivindicam 15% de reajuste -inclui reposição das perdas acumuladas nos últimos 12 meses e aumento real de 5%, redução da jornada de trabalho em 10%, aumento do piso salarial, entre outros itens.
"A única proposta que recebemos era a de reajuste de 7,5%. Isso não repõe nem a inflação", disse Eleno José Bezerra, do sindicato.
Não houve proposta salarial ontem durante negociação com o grupo 10. Nova reunião foi marcada para o próximo dia 30.


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