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Aperto fiscal recua 88% em setembro
Governo economiza apenas R$ 44 milhões para pagamento de juros; justificativa é antecipação de 13º para aposentados
Superávit primário no acumulado do ano, no entanto, é maior que o de 2006 e falta apenas R$ 1,4 bi para cumprimento da meta
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo central, que inclui
Tesouro Nacional, Previdência
Social e Banco Central, registrou no mês passado o pior resultado em suas contas neste
ano e desacelerou o ritmo de liberação para os investimentos
prioritários, apesar do esforço
do governo em mostrar que as
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
estão saindo do papel.
O resultado fiscal do ano, entretanto, continua positivo e
superior ao de 2006. Até setembro, o governo economizou
R$ 51,6 bilhões para pagar juros
da dívida, uma elevação de R$
3,5 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado e
bastante próximo da meta para
o ano, que é de R$ 53 bilhões.
O superávit de setembro, divulgado ontem, foi de apenas
R$ 44 milhões, queda de 88,3%
na comparação com setembro
do ano passado.
A justificativa do governo é
que foi preciso desembolsar R$
9,157 bilhões para cobrir o déficit do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social) devido à antecipação da primeira parcela
do 13º salário dos aposentados.
No ano passado, entretanto,
parte do pagamento aos aposentados e pensionistas também foi feita em setembro. O
aumento na conta em 2007 se
explica pela elevação no valor
do salário mínimo e nos benefícios concedidos pelo INSS.
Os investimentos prioritários do governo em infra-estrutura, que não sofrem nenhum
corte nos repasses e são chamados de PPI, caíram pela metade
na comparação entre agosto e
setembro. No mês passado, foram pagos R$ 336,3 milhões de
despesas desses investimentos,
enquanto em agosto, mês que
antecede a divulgação dos balanços oficiais do PAC, os repasses haviam chegam a R$
697,2 milhões.
Nesse ritmo, o governo terá
dificuldades em cumprir a meta de aplicar R$ 11,3 bilhões nos
projetos classificados como
PPI e que também integram o
PAC. Até setembro, esses investimentos (rodovias e ferrovias, por exemplo) somam R$
2,6 bilhões
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, não soube explicar os motivos que levaram à queda no investimento
prioritário. Segundo ele, esse
ritmo é influenciado pela programação individual de cada
ministério e escapa ao controle
do Tesouro.
"O investimento está acelerando, sim. Haverá meses de
crescimento maior e outros
menores", disse Augustin. Ele
recorre às estatísticas do investimento total do governo para
comprovar a tendência de melhora. Até setembro, disse, houve alta de 28% nos gastos totais
com obras em relação ao mesmo período de 2006. Esse percentual, porém, era de 35% em
agosto quando feita a mesma
comparação.
Para o governo, também não
há motivos para preocupação
com o aumento dos gastos federais. As receitas este ano
crescem a um ritmo de 12,2%,
enquanto as despesas avançam
a 12,8% na comparação com o
mesmo período de 2006.
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