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Indústria propõe investimentos de R$ 206 bi
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) vai apresentar ao governo,
na segunda-feira, um plano de
investimentos de R$ 206 bilhões a serem realizados nos
próximos quatro anos para alavancar o crescimento do país.
Os industriais paulistas querem, com isso, participar no detalhamento do pacote de medidas que está sendo preparado
pela área econômica para o segundo mandato do presidente
Lula.
Do total de investimentos,
que ficariam em torno de R$ 50
bilhões por ano, 77% viriam da
iniciativa privada e 23% do governo federal e seriam destinados a cinco setores: habitação
de interesse social, habitação
de mercado, saneamento,
transportes e energia. "Dinheiro existe, a questão é saber alocar e priorizar", diz José Carlos
de Oliveira Lima, coordenador
do Comitê da Cadeia Produtiva
da Construção Civil, da Fiesp.
A maior parte dos recursos
do governo viria da Cide (Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico), cobrada
sobre a gasolina e que vem sendo usada para fazer o superávit
primário.
Do lado do setor privado, Lima afirma que também há dinheiro -tanto das empresas
como de bancos e fundos de fomento. A proposta dos industriais será apresentada ao ministro do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan, durante
a reunião do Fórum de Competitividade na segunda-feira.
A iniciativa reflete a visão positiva do empresariado sobre as
medidas de desoneração fiscal
para baixar os custos dos investimentos e de incentivo ao setor de construção civil cujas linhas gerais foram anunciadas
na quinta-feira pelo ministro
da Fazenda, Guido Mantega.
"O pacote vai na direção certa, pois a redução de custos por
meio da desoneração fiscal estimula a oferta e o subsídio à
compra de imóveis pela população de baixa renda fortalece a
demanda", diz Edgard Pereira,
economista-chefe do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Quem ganha
O setor da construção civil é,
pelo que foi anunciado até agora, o principal beneficiado pelas propostas em estudo no governo. A criação de um fundo
para subsidiar parte das prestações do comprador de moradia
popular "é tudo o que a indústria da construção queria e ajudará a expansão do setor", segundo João Cláudio Robusti,
presidente do Sinduscon São
Paulo (Sindicato da Construção Civil).
No entanto o pacote de bondades para o setor não deverá
ser tão encorpado como o que
foi divulgado. Pelas contas de
Robusti, o subsídio à moradia
popular com recursos do FGTS
deverá ficar em torno de R$ 1,2
bilhão, e não de R$ 10 bilhões a
R$ 15 bilhões.
"A idéia do governo é usar
parte do rendimento obtido
com a aplicação desses R$ 15 bilhões para subsidiar compra de
imóvel pela população de baixa
renda", diz ele. Como esses recursos são remunerados pela
Selic (13,75% ao ano) e o FGTS
paga ao trabalhador TR mais
3% ao ano, a diferença (cerca de
5,5%) iria para o subsídio.
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