São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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Indústria propõe investimentos de R$ 206 bi

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) vai apresentar ao governo, na segunda-feira, um plano de investimentos de R$ 206 bilhões a serem realizados nos próximos quatro anos para alavancar o crescimento do país. Os industriais paulistas querem, com isso, participar no detalhamento do pacote de medidas que está sendo preparado pela área econômica para o segundo mandato do presidente Lula.
Do total de investimentos, que ficariam em torno de R$ 50 bilhões por ano, 77% viriam da iniciativa privada e 23% do governo federal e seriam destinados a cinco setores: habitação de interesse social, habitação de mercado, saneamento, transportes e energia. "Dinheiro existe, a questão é saber alocar e priorizar", diz José Carlos de Oliveira Lima, coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Construção Civil, da Fiesp.
A maior parte dos recursos do governo viria da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), cobrada sobre a gasolina e que vem sendo usada para fazer o superávit primário.
Do lado do setor privado, Lima afirma que também há dinheiro -tanto das empresas como de bancos e fundos de fomento. A proposta dos industriais será apresentada ao ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, durante a reunião do Fórum de Competitividade na segunda-feira.
A iniciativa reflete a visão positiva do empresariado sobre as medidas de desoneração fiscal para baixar os custos dos investimentos e de incentivo ao setor de construção civil cujas linhas gerais foram anunciadas na quinta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"O pacote vai na direção certa, pois a redução de custos por meio da desoneração fiscal estimula a oferta e o subsídio à compra de imóveis pela população de baixa renda fortalece a demanda", diz Edgard Pereira, economista-chefe do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Quem ganha
O setor da construção civil é, pelo que foi anunciado até agora, o principal beneficiado pelas propostas em estudo no governo. A criação de um fundo para subsidiar parte das prestações do comprador de moradia popular "é tudo o que a indústria da construção queria e ajudará a expansão do setor", segundo João Cláudio Robusti, presidente do Sinduscon São Paulo (Sindicato da Construção Civil).
No entanto o pacote de bondades para o setor não deverá ser tão encorpado como o que foi divulgado. Pelas contas de Robusti, o subsídio à moradia popular com recursos do FGTS deverá ficar em torno de R$ 1,2 bilhão, e não de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões.
"A idéia do governo é usar parte do rendimento obtido com a aplicação desses R$ 15 bilhões para subsidiar compra de imóvel pela população de baixa renda", diz ele. Como esses recursos são remunerados pela Selic (13,75% ao ano) e o FGTS paga ao trabalhador TR mais 3% ao ano, a diferença (cerca de 5,5%) iria para o subsídio.


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