São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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Juiz condena empresários e fiscais no PR

Pai e filho, da fábrica de bicicletas Sundown, estão presos acusados de corromperem dois auditores da Receita Federal

Condenações por Vara Criminal chegam a dez anos; funcionários do fisco e empresários ainda são réus em outras ações


MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Os empresários Rolando Rozenblum Elpern e Isidoro Rozenblum Trosman, das empresas fabricantes de bicicletas Sundown, foram condenados à prisão por acusação de corromper dois auditores da Receita Federal. Rolando, o filho, foi condenado a dez anos de reclusão. A pena do pai será menor -cinco anos e nove meses.
A sentença foi proferida anteontem pelo juiz Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara Criminal de Curitiba (Paraná), especializada em lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Pelo crime de corrupção ativa, os dois também deverão pagar multas de R$ 451,5 mil e de R$ 346,5 mil, respectivamente.
Moro também condenou os dois auditores fiscais corrompidos, Adriana Gianello Costa de Oliveira e José Luiz Altheia, e o contador da Sundown, Sérgio Voltolini. Também julgados, Karina Rozenblum Elpern e Paulo Oscar Goldenstein foram absolvidos.

Fraude
Além de corrupção ativa e passiva, os cinco responderam pelos crimes de fraude processual e formação de quadrilha.
Atualmente, a marca Sundown pertence à Companhia Brasileira de Bicicletas. Seus controladores dizem não haver ligação com os empresários condenados anteontem, em que pese pertencerem à mesma família.
Os Rozenblum ainda são réus de outras ações similares e de ações fiscais ainda não julgadas. Em setembro do ano passado, 16 pessoas ligadas às empresas foram denunciadas pelo Ministério Público por evasão de R$ 21,5 milhões em contas CC5 (não-residentes) em 1996/7.
Eles são acusados de promoverem importações ilegais de peças para bicicletas da China sem declarar ao fisco o conteúdo dos contêineres que chegaram primeiro pelo porto de Paranaguá (PR) e, depois, à montadora instalada em Manaus.
Os funcionários da Receita foram acusados de receber propina para legalizar os processos de entrada das peças no país.
As penas dos auditores foram de seis anos (Oliveira) e cinco anos e três meses (Altheia), por corrução passiva, além de multas de R$ 151,8 mil e de R$ 252 mil, respectivamente. Voltolini pegou quatro anos e quatro meses e multa de R$ 126 mil.
Exceto a auditora e o contador, que vão poder apelar de suas condenações em liberdade, os demais condenados estão presos desde agosto.


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