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Juiz condena empresários e fiscais no PR
Pai e filho, da fábrica de bicicletas Sundown, estão presos acusados de corromperem dois auditores da Receita Federal
Condenações por Vara Criminal chegam a dez anos;
funcionários do fisco e
empresários ainda são réus em outras ações
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Os empresários Rolando Rozenblum Elpern e Isidoro Rozenblum Trosman, das empresas fabricantes de bicicletas
Sundown, foram condenados à
prisão por acusação de corromper dois auditores da Receita
Federal. Rolando, o filho, foi
condenado a dez anos de reclusão. A pena do pai será menor
-cinco anos e nove meses.
A sentença foi proferida anteontem pelo juiz Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara Criminal de Curitiba (Paraná), especializada em lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Pelo crime de
corrupção ativa, os dois também deverão pagar multas de
R$ 451,5 mil e de R$ 346,5 mil,
respectivamente.
Moro também condenou os
dois auditores fiscais corrompidos, Adriana Gianello Costa
de Oliveira e José Luiz Altheia,
e o contador da Sundown, Sérgio Voltolini. Também julgados, Karina Rozenblum Elpern
e Paulo Oscar Goldenstein foram absolvidos.
Fraude
Além de corrupção ativa e
passiva, os cinco responderam
pelos crimes de fraude processual e formação de quadrilha.
Atualmente, a marca Sundown pertence à Companhia
Brasileira de Bicicletas. Seus
controladores dizem não haver
ligação com os empresários
condenados anteontem, em
que pese pertencerem à mesma
família.
Os Rozenblum ainda são réus
de outras ações similares e de
ações fiscais ainda não julgadas. Em setembro do ano passado, 16 pessoas ligadas às empresas foram denunciadas pelo
Ministério Público por evasão
de R$ 21,5 milhões em contas
CC5 (não-residentes) em
1996/7.
Eles são acusados de promoverem importações ilegais de
peças para bicicletas da China
sem declarar ao fisco o conteúdo dos contêineres que chegaram primeiro pelo porto de Paranaguá (PR) e, depois, à montadora instalada em Manaus.
Os funcionários da Receita
foram acusados de receber propina para legalizar os processos
de entrada das peças no país.
As penas dos auditores foram
de seis anos (Oliveira) e cinco
anos e três meses (Altheia), por
corrução passiva, além de multas de R$ 151,8 mil e de R$ 252
mil, respectivamente. Voltolini
pegou quatro anos e quatro meses e multa de R$ 126 mil.
Exceto a auditora e o contador, que vão poder apelar de
suas condenações em liberdade, os demais condenados estão
presos desde agosto.
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