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Gastos do Natal deste ano devem cair 15%
Consumidor de todas as classes sociais prevê gastar menos neste ano, segundo levantamento da Ipsos
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O consumidor brasileiro prevê gastar, em 2006, 15% menos
com as festas de final de ano na
comparação com 2005, segundo levantamento da Ipsos Opinion realizado em outubro. A
estimativa é de um gasto médio
de R$ 269,68. No ano passado,
esse valor foi de R$ 318.
A consulta feita pela Ipsos a
mil consumidores, a pedido do
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo), mostra que a estimativa de gasto
médio neste final de ano é menor, na comparação com 2005,
em todas as classes sociais.
Nas classes A/B, a queda é de
R$ 708,34 para R$ 577,97. Na
classe C, de R$ 342,68 para R$
251,39, e, nas classes D/E, de R$
179,39 para R$ 145,97. Só na região Sul do país a previsão de
gasto médio com o Natal é
maior -de R$ 315,08. No ano
passado, foi de R$ 213,81.
Para economistas e representantes do comércio, o que
explica, em parte, a redução de
gastos do brasileiro neste final
de ano é o fato de ter havido antecipação de compras para o final de ano com o pagamento
antecipado do 13º salário para
algumas categorias profissionais e para os aposentados.
As lojas e as instituições financeiras, segundo informa,
também esticaram os prazos
de financiamento. E, se a prestação tem um valor menor, diminui a pressão de gastos sobre
o orçamento do mês.
"O consumidor adiantou as
compras e, portanto, vai ter
menos gastos no final do ano",
afirma Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP). "Vai gastar menos também porque o financiamento tem prazo maior
e, portanto, uma prestação menor", diz Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores.
Para Alfieri, sinal de que
houve antecipação de compras
neste ano é o resultado do desempenho do volume de vendas do comércio em setembro
-aumento de 10,1% sobre igual
mês de 2005, segundo informa
o IBGE. "Só pode ser resultado
de antecipação de compra. Não
há nada mais que possa explicar uma alta dessas", diz.
Gasto menor neste final de
ano, na avaliação dos dois economistas, não quer dizer que o
consumidor está mais pobre. A
massa real de rendimentos da
população ocupada cresceu
4,2% nos 12 meses terminados
em setembro. Essa taxa de
crescimento se mantém nos últimos três anos, segundo cálculos da RC Consultores, com base em dados do IBGE.
A estimativa da ACSP é que
as vendas no comércio paulista
devem crescer entre 4% e 5%
neste ano. Para Silveira, o comércio no país deve vender entre 5,5% e 6% a mais do que no
ano passado. "Na medida em
que as taxas de juros vão caindo, as vendas vão subindo, tendência que vemos desde a metade deste ano", diz Silveira.
Na avaliação de Fábio Pina,
assessor econômico da Fecomercio SP, o Natal deste ano
não será diferente dos de anos
anteriores. "Continuará sendo
um Natal de presentinhos. E
não pode ser diferente, pois a
renda per capita do brasileiro é
muito baixa, da ordem de R$
500 a R$ 600 por mês. É claro
que alguns vão dar até carro de
presente, mas, na média, os
presentes serão baratos", diz.
Na consulta aos consumidores feita pela Ipsos, o consumidor brasileiro vai gastar em
média neste ano R$ 109 para a
compra três presentes -cada
presente vai custar, portanto,
cerca de R$ 36. No ano passado, o gasto médio identificado
na pesquisa foi de R$ 102,58.
Só com presentes, as classes
A/B estimam gastar em média
R$ 167,48 neste ano. A classe C,
R$ 116,87, e as classes D/E, R$
68,50.
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