São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2007

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Brasil avança no enriquecimento de urânio, diz ministro da Ciência

Faltam só duas etapas para país produzir todo o ciclo do combustível nuclear

DA SUCURSAL DO RIO

Faltam duas etapas para o Brasil produzir todo o ciclo do combustível nuclear. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, informou anteontem que o governo criará uma planta piloto de gaseificação até 2010 e que a fase de enriquecimento do urânio, ainda incipiente, será ampliada para 60% do combustível destinado às usinas de Angra 1 e 2 em 2011.
A decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) de retomar o Programa Nuclear Brasileiro levou a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) a investir R$ 15 milhões em novos equipamentos para suprir a demanda de Angra 3, que deve entrar em operação em 2013, e para produzir um combustível mais eficiente, chamado 16 MGF, que será destinado à usina de Angra 1.
"A Eletronuclear já está fazendo os estudos para determinar os locais de construção de mais quatro a oito usinas nucleares até 2030, quando a energia nuclear deve responder por 5% da matriz energética brasileira", disse o ministro, acrescentando que o Nordeste seria a região mais beneficiada, já que não há mais espaço para a construção de barragens no rio São Francisco.
Rezende citou como motivos para a retomada do programa nuclear a alta do petróleo, por indícios de que o recurso só deve durar mais algumas décadas. Isso daria competitividade a outras fontes de energia.
"Algumas opções muito usadas no mundo, como as térmicas a óleo e carvão, contribuem para a emissão de gases do efeito estufa. Percebe-se que uma fonte que não polui a atmosfera é a nuclear", compara o ministro, que visitou anteontem a sede da INB, em Resende, no Estado do Rio de Janeiro, para conhecer os novos equipamentos.
O governo também está fazendo estudos que consideram o máximo possível de usinas construídas até 2030, com o tempo médio de vida de cada uma e a elaboração de cenários para, então, considerar a possibilidade de exportar urânio. Mas, segundo o ministro, essa decisão ainda não existe.


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