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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Governo Obama não deve poupar gastos
Apesar de não ter sido bem
uma surpresa, a escolha dos nomes para compor a equipe econômica de Barack Obama foi
muito bem recebida pelo mercado e explica em boa parte o
otimismo das Bolsas ontem. A
ajuda do governo americano ao
Citigroup também teve um peso importante na recuperação
do mercado financeiro.
O fato é que os nomes que
vão estar à frente da economia
a partir de 20 de janeiro do ano
que vem, quando Barack Obama assume a Presidência dos
Estados Unidos, indicam que o
governo terá uma forte atuação
para conter os efeitos da crise
econômica. A equipe não deverá poupar esforços e dinheiro
para tirar a economia americana da recessão o mais rápido
possível.
O futuro secretário do Tesouro americano, Timothy
Geithner, por exemplo, como
presidente do Fed de Nova
York, teve forte participação
em todas as negociações envolvendo compras e vendas dos
bancos americanos durante a
crise financeira.
Experiente, Geithner foi
também um dos maiores defensores da ajuda ao Citi pelo
governo americano. Foi ele que
articulou também a venda do
Bear Stearns para o JPMorgan.
Mais conhecido dos brasileiros, Larry Summers, que foi secretário do Tesouro no governo
de Bill Clinton, será a voz da experiência no governo de Barack
Obama ao estar à frente do
Conselho Econômico Nacional, cargo diretamente ligado à
Casa Branca. Em seus artigos,
Summers tem sido um dos
maiores defensores do aumento de gastos para conter a crise.
Outro nome importante do
trio que comandará a economia
é o de Christina Romer, da Universidade de Berkeley, na Califórnia, que também é de tendência keynesiana.
"Não há dúvida de que os Estados Unidos vão praticar uma
política fiscal altamente expansionista", diz o economista Ilan
Goldfajn, ex-diretor do Banco
Central. "Todos eles são defensores do aumento de gastos."
Empresas de SC são afetadas pelas chuvas
As enchentes em Santa Catarina já afetaram as fábricas
no Estado. A Teka, de cama,
mesa e banho, suspendeu o
expediente ontem em Blumenau porque a fábrica está
isolada por áreas alagadas.
As unidades de Itajaí e Blumenau da WEG, também estão isoladas, mas a produção
continuou. A cerâmica Porto
Bello, de Tijucas, registrou
uma ausência de 20% do pessoal no fim de semana.
Em Joinville, os executivos da Totvs perderam um
evento corporativo em Curitiba porque não conseguiram sair da cidade.
Para a Fiesc, as maiores
perdas virão dos problemas
logísticos provocados pela
chuva e da falta de gás pelo
rompimento do gasoduto.
SOCIEDADE
O Ibmec-SP lança hoje o
livro "Direito Societário
-Desafios Atuais" (editora
Quartier Latin, 472 págs.),
na livraria ParaLer, no campus Ibmec, às 19h. Coordenada por Rodrigo Monteiro
de Castro e Leandro Santos
de Aragão, do Instituto de
Direito Societário Aplicado,
a obra aborda, em 19 capítulos, temas como a qualidade
institucional do mercado de
capitais e as aquisições e tomadas hostis de controle.
DAVOS BOMBANDO
O encontro anual 2009
do Fórum Econômico
Mundial está registrando
um recorde de participações de alto nível, desde
que o tema foi mudado para "Moldando o Mundo
Pós-Crise". Até agora já
são 41 chefes de Estado/
governo com presenças
confirmadas, além da tradicional audiência das reuniões de Davos, que são os
homens de negócio (1.200
irão desta vez). Davos está
dando um forte aval ao
G20, do qual o Brasil é parte, como novo "gerente"
do sistema financeiro: 10
chefes de governo e 12
banqueiros centrais dos
países do G20 confirmaram a presença, entre eles
Henrique Meirelles, do
Brasil, aliás um freqüentador habitual de Davos,
antes e depois de se tornar
banqueiro central. O
encontro anual será realizado entre o próximo dia
27 de janeiro e 1º de fevereiro de 2009.
CONCILIAÇÃO
A câmara de mediação e
conciliação da Fiesp vai ajudar os seus membros que tiveram prejuízos com contratos de derivativos cambiais a negociar com os bancos credores. Após muita
discussão, o departamento
jurídico da entidade não
chegou a um consenso sobre
o que pode haver de ilegal
nos instrumentos, por isso
avalia que é melhor evitar
disputas na Justiça. As empresas que quiserem se utilizar do serviço de assistência
devem procurar a câmara. A
Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também será convidada a participar do
processo.
NO TEMPO
O Corecon-SP (Conselho
Regional de Economia)
apresenta hoje o estudo "O
impacto do Plano Verão nas
instituições financeiras",
elaborado pelo economista
Roberto Luis Troster, em
São Paulo.
TACADA
A General Motors encerrou ontem seu contrato de
patrocínio com Tiger
Woods, um dos maiores jogadores de golfe do mundo.
A separação foi considerada
mútua e amigável pelo jogador e pela montadora. A decisão foi justificada pelo desejo de Woods de ficar mais
tempo com sua família e pela situação da montadora
diante da crise global, que
tem sofrido com uma queda
expressiva na demanda dos
consumidores e cortes na
produção. A montadora não
descarta a possibilidade de
em breve voltar a ter o nome
do fenômeno do golfe associado aos seus produtos.
SINISTRO
CSN RECEBERÁ US$ 500 MI NA MAIOR INDENIZAÇÃO DE SEGURO DO PAÍS
O Unibanco Seguros, o IRB e resseguradores estrangeiros
liderados pela Swiss Re pagarão mais de US$ 500 milhões
para a CSN ainda neste ano no sinistro referente ao acidente
com o alto-forno 2 da usina Presidente Vargas, em 2006.
Trata-se da maior indenização de seguro já pactuada no Brasil. O acordo foi assinado na última sexta-feira.
Mercado imobiliário de escritórios ainda cresce, mas deve parar
O mercado imobiliário de escritórios está colhendo os últimos efeitos positivos dos bons
tempos que o setor vivia antes
do aprofundamento da crise,
em setembro.
O terceiro trimestre de 2008
foi o melhor período que o mercado imobiliário de escritórios
já teve, tanto em São Paulo como no Rio, segundo Celina Antunes, presidente da Cushman
& Wakefield, uma das maiores
empresas privadas de serviços
imobiliários do mundo. Valores
de locação subiram, taxas de
vacância caíram e a absorção líquida foi a mais alta em um único trimestre, segundo pesquisa
da empresa.
"O resultado da pesquisa reflete o bom momento que o
Brasil vinha passando. O nosso
mercado estava superaquecido
desde 2005, com a entrada das
empresas na Bolsa e muito capital estrangeiro no país", afirma Celina. Mas, a partir do terceiro ou do quarto trimestre de
2009, o que será refletido nos
números é a estagnação, de
acordo com Celina.
Por enquanto, os valores dos
contratos de aluguel ainda estão vivendo a alta do mercado.
Como esses contratos são reajustados a cada três anos, muitos inquilinos ainda não puderam renegociá-los para baixo.
"Nos últimos três anos, se o inquilino viesse pedir renegociação para baixar o aluguel, era tirado do imóvel. O proprietário
trocava de inquilino, tinha
muita gente para entrar", diz.
Os novos contratos e as renegociações que forem fechadas a
partir de agora deverão pressionar o mercado para baixo, o
que deve aparecer em 2009.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e DENYSE GODOY
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