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Palocci compara taxas a dieta e diz
que BC precisa "parar e observar"
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) deu apoio à decisão
do Banco Central de manter inalteradas as taxas de juros, ao afirmar ontem que é ""preciso parar e
observar" os efeitos da política
monetária na economia. Acrescentou ainda que o Brasil crescerá
3,5% neste ano.
""No Brasil, se considera que o
conjunto dos efeitos da política
econômica se dá em seis meses.
Na Europa se fala em prazos de
até um ano. Se nos últimos sete
meses a taxa básica foi reduzida
em dez pontos, ainda não houve
tempo para avaliar a repercussão
integral dessas medidas na economia", afirmou o ministro, na cerimônia de inauguração da nova
sede da Prefeitura de São Paulo.
Palocci argumentou que nos últimos meses o BC promoveu redução de dez pontos percentuais
(de 26,5% para 16,5%) nos juros.
E, por essa linha de raciocínio, seria adequado uma ""parada".
O ministro comparou a política
monetária do governo Lula a uma
dieta. ""Em uma dieta saudável, se
você quer perder 15 quilos, no primeiro mês você perde cinco. Outros cinco pode levar quatro meses para perder. Os últimos cinco
quilos pode levar até um ano." Para completar: ""Neste ano, não é
possível repetir os dez pontos [de
queda do juro] do ano passado".
Contemporizou as críticas do
meio empresarial, de políticos e
mesmo do mercado contra a decisão da última reunião do Copom.
""Respeitamos a opinião dos
empresários e achamos justo que
eles sempre peçam que os juros
baixem. Os políticos também
sempre pedem isso. Nunca se vê o
contrário. Os BCs nunca são muito populares. O clamor não é indevido", disse Palocci.
De acordo com o ministro, a
economia brasileira crescerá 3,5%
neste ano e 2003 representa uma
oportunidade histórica.
""O povo sabe que o Brasil pode
crescer mais, o governo está consciente de que se está abrindo agora não um ano de crescimento
mas uma oportunidade histórica", disse Palocci. ""Se tomarmos
as medidas microeconômicas necessárias para organizar esse processo, vamos crescer 3,5% neste
ano, 4% ou 5% no ano que vem, e
o Brasil vai ganhar força para um
crescimento sustentado de longo
prazo", completou o ministro.
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