São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

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Palocci compara taxas a dieta e diz que BC precisa "parar e observar"

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) deu apoio à decisão do Banco Central de manter inalteradas as taxas de juros, ao afirmar ontem que é ""preciso parar e observar" os efeitos da política monetária na economia. Acrescentou ainda que o Brasil crescerá 3,5% neste ano.
""No Brasil, se considera que o conjunto dos efeitos da política econômica se dá em seis meses. Na Europa se fala em prazos de até um ano. Se nos últimos sete meses a taxa básica foi reduzida em dez pontos, ainda não houve tempo para avaliar a repercussão integral dessas medidas na economia", afirmou o ministro, na cerimônia de inauguração da nova sede da Prefeitura de São Paulo.
Palocci argumentou que nos últimos meses o BC promoveu redução de dez pontos percentuais (de 26,5% para 16,5%) nos juros. E, por essa linha de raciocínio, seria adequado uma ""parada".
O ministro comparou a política monetária do governo Lula a uma dieta. ""Em uma dieta saudável, se você quer perder 15 quilos, no primeiro mês você perde cinco. Outros cinco pode levar quatro meses para perder. Os últimos cinco quilos pode levar até um ano." Para completar: ""Neste ano, não é possível repetir os dez pontos [de queda do juro] do ano passado".
Contemporizou as críticas do meio empresarial, de políticos e mesmo do mercado contra a decisão da última reunião do Copom.
""Respeitamos a opinião dos empresários e achamos justo que eles sempre peçam que os juros baixem. Os políticos também sempre pedem isso. Nunca se vê o contrário. Os BCs nunca são muito populares. O clamor não é indevido", disse Palocci.
De acordo com o ministro, a economia brasileira crescerá 3,5% neste ano e 2003 representa uma oportunidade histórica.
""O povo sabe que o Brasil pode crescer mais, o governo está consciente de que se está abrindo agora não um ano de crescimento mas uma oportunidade histórica", disse Palocci. ""Se tomarmos as medidas microeconômicas necessárias para organizar esse processo, vamos crescer 3,5% neste ano, 4% ou 5% no ano que vem, e o Brasil vai ganhar força para um crescimento sustentado de longo prazo", completou o ministro.


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