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TRIBUTAÇÃO
Deputados ainda votarão destaques ao projeto que unifica estrutura de arrecadação e fiscalização da Receita e da Previdência
Câmara aprova criação da "Super-Receita"
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE
Pouco mais de dois meses depois de ver o Congresso Nacional
arquivar a medida provisória que
havia criado a Super-Receita, o
governo conseguiu aprovar ontem na Câmara dos Deputados o
projeto de lei que unifica as estruturas de fiscalização e arrecadação dos ministérios da Fazenda e
da Previdência Social.
Depois de muita negociação e
tensão ao longo do dia, o projeto
de lei encaminhado pelo Executivo ao Legislativo no final do ano
passado foi aprovado, no início da
noite, com o apoio de 342 deputados. Outros 115 parlamentares votaram contra e houve duas abstenções.
A vitória do governo, comemorada pelo líder na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP),
ainda é parcial. Para que o projeto
entrasse em votação ontem, o governo acertou com a oposição que
seria apreciado apenas o texto do
relator, deputado Pedro Novais
(PMDB-MA).
Os 13 destaques (propostas que
alteram o texto aprovado) que geraram polêmica ficaram para discussão posterior. Chinaglia pretende insistir para que esses destaques sejam apreciados na sessão
marcada para hoje. No entanto,
ontem à noite, a oposição queria
deixar para a semana que vem.
Após essa etapa, o texto ainda
precisa ser aprovado pelo Senado
Federal.
Um dos objetivos da criação da
Super-Receita, além de reduzir a
burocracia, é o combate à sonegação de tributos federais. Entre
agosto de 2005 (mês de criação da
secretaria) e outubro houve aumento na arrecadação devido ao
funcionamento integrado, segundo avaliação do governo.
Neste período, a receita da Previdência registrou um crescimento de 8,83% na comparação com
igual período do ano anterior
-mais que a alta de 7,23% na
comparação do mesmo período
entre 2003 e 2004.
A unificação das estruturas de
arrecadação e fiscalização vai dar
à Super-Receita poderes para fazer a cobrança tanto dos tributos
federais como das contribuições
previdenciárias de trabalhadores
e empregadores.
Antes de a Super-Receita ter sido derrubada no final do ano passado, já estavam em andamento
313 fiscalizações conjuntas. Eram
ações em que fiscais da Receita e
servidores da área previdenciária
trabalhavam juntos na auditoria,
o que agilizava a cobrança.
Juntas, as duas secretarias têm
cerca de 34 mil servidores e arrecadaram, em 2005, R$ 480 bilhões, em impostos e contribuições previdenciárias.
Pontos polêmicos
Entre os destaques mais polêmicos a serem votados está o que inclui os fiscais do trabalho na estrutura da Super-Receita e também o que trata de mudança na
denominação do cargo de analista técnico para analista tributário.
Para o governo esse é um ponto
inaceitável.
Além de permitir que outras categorias reivindiquem o mesmo, a
avaliação, de acordo com o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), é
que haverá um problema de atribuições de funções, abrindo precedente para reivindicações na
Justiça por equiparação salarial.
Criada em julho de 2005 por
meio da MP 258, a Super-Receita
começou a funcionar no dia 15 de
agosto. A medida provisória chegou a ser aprovada pela Câmara,
mas deixou de vigorar no dia 18
de novembro porque não chegou
a ser votada no Senado dentro do
prazo.
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