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Morales diz que oferta de gás depende de investimento
Presidente da Bolívia afirma que cumpre contratos, mas não garante fornecimento
Boliviano lança apelo às empresas para acelerarem investimentos e diz que na Bolívia essas aplicações são respeitadas e garantidas
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
O presidente da Bolívia, Evo
Morales, disse que é "compromisso do povo boliviano" cumprir contratos de fornecimento
de gás natural, mas ressaltou
que são necessários investimentos para atender o crescimento da demanda. Evo não
garantiu, porém, que entregará
o volume de que o Brasil precisa e disse que é preciso encontrar "equilíbrio" entre a produção boliviana e as necessidades
de Brasil, Bolívia e Argentina.
"No tema energia devemos
nos manejar com certo equilíbrio. Não podemos atuar com
egoísmo, com sectarismo, ou
ler o tema desde um ponto de
vista econômico, de querer ganhar mais dinheiro. Temos,
sim, que atender as demandas
que têm nossos povos", disse o
presidente boliviano depois de
se reunir com sua colega argentina, Cristina Fernández de
Kirchner, em Buenos Aires.
A energia foi o tema único da
reunião. O boliviano participou
do anúncio da licitação do gasoduto do Nordeste argentino, de
1.400 quilômetros e custo estimado de US$ 1,9 bilhão, que teria capacidade para 28 milhões
de metros cúbicos de gás natural/ dia a partir de 2010.
Na entrevista, Evo não foi categórico ao ser questionado pela Folha se a Bolívia está em
condição de cumprir os contratos com o Brasil. Consultou o
ministro dos Hidrocarbonetos,
Carlos Villegas, que estava a
seu lado, e disse: "O meu ministro informa que estamos cumprindo com os contratos correspondentes. Mas eu falava de
investimentos porque esse é o
único caminho de ampliar a
produção, não somente para o
mercado interno mas também
para os compromissos que o
povo boliviano tem com Brasil
e Argentina. E por isso meu pedido público e respeitoso às
empresas para que acelerem os
investimentos, reiterando que
na Bolívia garantimos e respeitamos esses investimentos".
"Eu sei que vão seguir crescendo as demandas na Argentina, no Brasil, na Bolívia. Embora na Bolívia sejamos poucos
frente à Argentina, ao Brasil,
especialmente, isso não significa ignorar o mercado interno.
Mas sobretudo nossa obrigação como governo é cumprir os
compromissos", completou.
Morales diz que os investimentos e as descobertas de novas jazidas de gás "levam a crer
que, a médio prazo, vamos resolver o problema da energia".
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