São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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Milho lota armazéns e impede sojicultor de guardar produto

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CHAPADÃO DO CÉU (GO)

O represamento de milho nos armazéns gerais do Centro-Oeste, provocado pela superprodução de 2009 e pelos preços baixos do cereal, impedirá o armazenamento da soja que começa a ser colhida na região, segundo produtores e proprietários de armazéns.
Sem alternativas para guardar o grão, a maioria dos sojicultores terá de entregar o produto logo após a colheita para as "tradings", empresas que compram e exportam. Depois de receber, essas empresas esmagam ou mandam a soja para outro país, mantendo a capacidade de recebimento.
Com poder de negociação reduzido, o produtor terá duas alternativas: vender imediatamente ou entregar o grão para as empresas e ficar com uma carta de crédito em mãos, que lhe permite faturar no futuro.
Hoje, o milho estocado na Jardim Armazéns Gerais, de Chapadão do Céu (GO), ocupa 60% dos quatro silos da empresa, que suportam 300 mil sacas ao todo, segundo o proprietário, Marcus de Oliveira, 39.
Dos armazéns do Centro-Oeste que guardam grãos para a Conab, 80% estão na mesma situação, conforme ele. Já as "tradings" não recebem tanto milho e, por isso, estão "esperando a soja de boca aberta".
Emílio Garcia, 31, que planta soja em Chapadão do Sul e em Jataí (GO), diz que, em 2009, guardou parte da produção até o fim de julho, na expectativa de vender melhor na entressafra, quando a soja tende a se valorizar. Neste ano, não conseguiu espaço em nenhum dos 27 armazéns de Chapadão do Céu. "As empresas vão se prevalecer da situação porque não temos onde guardar. Vão dizer: "O preço é esse aí, entrega o grão e pronto"." No mercado da soja de Chapadão do Céu, atuam seis "tradings".


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