São Paulo, sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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Compulsório maior não afeta juros, diz Brandão

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, RIO

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão, disse que as taxas de juros cobradas pelo banco não devem ser alteradas com o aumento do depósito compulsório (parcela de depósitos que bancos são obrigados a recolher no Banco Central).
O Banco Central decidiu elevar a alíquota de 13,5%, usada desde o agravamento da crise financeira global, para 15% e limitou a 45% o valor que os bancos poderão abater do compulsório relativo à aquisição de ativos de bancos menores. Antes, podiam abater 55% do total.
Segundo Brandão, a elevação não tem a "profundidade" necessária para uma elevação nos juros para os consumidores. "Não tem essa repercussão nem essa profundidade. Não altera", disse o banqueiro após participar da cerimônia que comemorou os 200 anos da ACRJ (Associação Comercial do Rio de Janeiro), no Rio.
Ele também minimizou o impacto que a decisão terá sobre a oferta de crédito. Com a medida, serão retirados da economia R$ 34 bilhões a partir de 9 de abril e outros R$ 37 bilhões a partir de 22 de março. "Reduz, mas nada substancial."
Brandão afirmou que a medida está dentro do esperado pelo setor, já que a redução do compulsório foi tomada em um cenário de falta de liquidez entre os bancos, o que não ocorre mais. "O governo sempre faz seus ajustes. Ele liberou quando achou que a liquidez era importante e agora acha que essa liquidez não tem a importância do passado para assegurar o crédito e [precisa elevar] para segurar a inflação", disse. "A medida está dentro das perspectivas normais."
O executivo reiterou o plano de crescimento orgânico do banco, depois de perder a liderança entre os bancos privados após a fusão entre Itaú e Unibanco, ocorrida no final de 2008. Segundo ele, esse crescimento orgânico deve ser bem planejado e sem atropelos.
"O crescimento tem que ser progressivo, sem muita obsessão. Com muito cuidado, mas constante", disse. "Por isso o banco está ampliando sua presença geográfica. É o que vai dar apoio e substância."
Ele disse que essa é praticamente a única opção de crescimento para o banco, uma vez que o processo de consolidação do setor parece estar próximo do fim. "O mercado estreitou-se. Há poucas opções."
Sobre a possibilidade de chegar à liderança entre os bancos privados, Brandão disse que é possível, mas dentro do que já está planejado. "Dá para alcançar, mas de forma consciente. Temos que ver isso no longo prazo", disse, ressaltando que o Bradesco já é líder em diversos segmentos, como o de previdência privada e de seguros


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