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Compulsório maior não afeta juros, diz Brandão
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, RIO
O presidente do Conselho de
Administração do Bradesco,
Lázaro Brandão, disse que as
taxas de juros cobradas pelo
banco não devem ser alteradas
com o aumento do depósito
compulsório (parcela de depósitos que bancos são obrigados
a recolher no Banco Central).
O Banco Central decidiu elevar a alíquota de 13,5%, usada
desde o agravamento da crise
financeira global, para 15% e limitou a 45% o valor que os bancos poderão abater do compulsório relativo à aquisição de ativos de bancos menores. Antes,
podiam abater 55% do total.
Segundo Brandão, a elevação
não tem a "profundidade" necessária para uma elevação nos
juros para os consumidores.
"Não tem essa repercussão
nem essa profundidade. Não altera", disse o banqueiro após
participar da cerimônia que comemorou os 200 anos da ACRJ
(Associação Comercial do Rio
de Janeiro), no Rio.
Ele também minimizou o impacto que a decisão terá sobre a
oferta de crédito. Com a medida, serão retirados da economia
R$ 34 bilhões a partir de 9 de
abril e outros R$ 37 bilhões a
partir de 22 de março. "Reduz,
mas nada substancial."
Brandão afirmou que a medida está dentro do esperado pelo
setor, já que a redução do compulsório foi tomada em um cenário de falta de liquidez entre
os bancos, o que não ocorre
mais. "O governo sempre faz
seus ajustes. Ele liberou quando achou que a liquidez era importante e agora acha que essa
liquidez não tem a importância
do passado para assegurar o
crédito e [precisa elevar] para
segurar a inflação", disse. "A
medida está dentro das perspectivas normais."
O executivo reiterou o plano
de crescimento orgânico do
banco, depois de perder a liderança entre os bancos privados
após a fusão entre Itaú e Unibanco, ocorrida no final de
2008. Segundo ele, esse crescimento orgânico deve ser bem
planejado e sem atropelos.
"O crescimento tem que ser
progressivo, sem muita obsessão. Com muito cuidado, mas
constante", disse. "Por isso o
banco está ampliando sua presença geográfica. É o que vai
dar apoio e substância."
Ele disse que essa é praticamente a única opção de crescimento para o banco, uma vez
que o processo de consolidação
do setor parece estar próximo
do fim. "O mercado estreitou-se. Há poucas opções."
Sobre a possibilidade de chegar à liderança entre os bancos
privados, Brandão disse que é
possível, mas dentro do que já
está planejado. "Dá para alcançar, mas de forma consciente.
Temos que ver isso no longo
prazo", disse, ressaltando que o
Bradesco já é líder em diversos
segmentos, como o de previdência privada e de seguros
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