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Anatel quer competição na internet
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) quer assegurar condições iguais de competição entre os provedores de internet. De acordo com Edmundo
Matarazzo, superintendente de
universalização da agência, isso
será feito com contratos transparentes entre provedores e empresas de telecomunicações.
Pela proposta da agência, os
provedores que pedirem números de acesso à Anatel terão de entregar cópia do contrato com a
operadora de telefonia 30 dias antes de entrarem em funcionamento. "O contrato será público. Não
há mais contrato de gaveta ou
desconhecido", afirmou.
Ontem, a Comissão de Defesa
do Consumidor, Meio Ambiente
e Minorias da Câmara dos Deputados ouviu, em audiência pública, representantes de provedores
gratuitos e pagos, da Anatel e de
usuários sobre a nova regulamentação de acesso à internet que está
sendo elaborada pela agência.
Uma das questões debatidas
durante a audiência foi a relação
entre as operadoras de telefonia
fixa e os provedores gratuitos associados a elas. Os provedores pagos argumentam que as operadoras de telecomunicações permitem que os provedores gratuitos
não paguem pelo uso de sua infra-estrutura e que cobram dos pagos. Em contrapartida, as operadoras ganham receita com o aumento do tráfego proporcionado
pelos acessos à internet.
Esse tipo de relacionamento, de
acordo com Gil Torquato, diretor-geral de telecomunicações do
UOL, levará, num primeiro momento, a um monopólio dos provedores vinculados às operadoras
de telecomunicações. Num segundo momento estes provedores cobrariam o preço que desejassem. Isso acontece porque os
provedores sem acordo com as teles pagam caro pela conexão que,
segundo ele, representa aproximadamente 70% dos custos.
De acordo com a Abranet (Associação Brasileira de Provedores
de Internet, entidade que representa os provedores gratuitos), se
houver monopólio das teles no
mercado de acesso à internet, a
produção de conteúdo ficará prejudicada. De acordo com dados
dos operadores pagos, 90% da receita dos provedores vem do pagamento pelo acesso.
Ontem, o superintendente da
Anatel voltou a dizer que os recursos obtidos com telefonia fixa não
podem ser usados em outros serviços. "Se houve transferências de
recursos desvinculada das necessidades do serviço de telefonia, a
empresa [de telefonia" pode perder direito ao reajuste de tarifas."
Em dezembro de 2002, a Seae
(Secretaria de Acompanhamento
Econômico), ao analisar a compra do iG (gratuito) pela Telemar,
recomendou ao Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) que o repasse das receitas
das operadoras de telecomunicações deveria ser feito a todos os
provedores, para que ficasse assegurada a concorrência.
Matinas Suzuki Júnior, co-presidente do iG, apresentou pesquisa sustentando que, caso não seja
mais possível oferecer os serviços
de provedores gratuitos à internet, 59% desses usuários não teriam como migrar para um pago.
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