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BNDES aumenta verba para projetos de inovação
Carteira para setor soma R$ 270 milhões; banco quer incorporar investimentos na área para avaliar risco de crédito para empresas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Os projetos em carteira no
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) destinados a projetos de
inovação já somam R$ 270 milhões em seis meses. Em 2006,
o banco reformulou sua política de empréstimo para este fim
com o objetivo de incentivar investimentos em todos os segmentos industriais. O valor inclui projetos já aprovados ou
ainda com pedidos em análise.
Inovação neste caso não é sinônimo apenas de avanço tecnológico. O banco considera
que o conceito inclui aspectos
como investimentos em design
de produtos, marketing, comunicação com os clientes e realização de processos de administração interna mais eficientes.
Segundo Eduardo Rath Fingerl, diretor da área de mercado
de capitais, o objetivo do banco
agora é criar uma nova metodologia de avaliação do risco de
crédito que incorpore os investimentos em inovação. "É preciso olhar cada vez mais para o
futuro das empresas para verificar se elas terão condições de
permanecer competitivas daqui a cinco ou seis anos."
O BNDES contratou a Coppe/UFRJ para elaborar essa
nova metodologia, chamada
por enquanto de "rating" de
inovação. O diretor estima que
até o fim do ano o trabalho seja
concluído. A idéia é oferecer este serviço ao mercado.
Na prática, o objetivo é evitar
que empresas que investem em
ativos intangíveis (que não são
incorporados ao patrimônio,
como ferramentas de gestão,
software, design e marketing)
sejam penalizadas na concessão de empréstimos.
Pelos métodos tradicionais
de avaliação, uma empresa que
não investe em nada disso
-mas tem bom fluxo de caixa e
indicadores de capacidade de
pagamento- receberá condições melhores de financiamento do que uma outra que procura se preparar para o futuro.
O banco trabalha hoje com
duas linhas de financiamento: a
P, D & I (Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação) e a Inovação: Produção. Os financiamentos aprovados incluem
segmentos como o setor moveleiro e a fabricação de equipamentos médico-oftálmicos.
A Giroflex, empresa que produz cadeiras ajustáveis para escritório, obteve um financiamento de R$ 16,8 milhões para
desenvolvimento de novos produtos e implementação de um
sistema de gestão integrada. Já
a Opto conseguiu R$ 6,7 milhões para a implantação de
uma linha de produção de lentes anesféricas (que possuem
superfícies sem raio de curvatura constante e permitem
imagens mais nítidas).
O BNDES lançou ainda o
Criatec, com orçamento de R$
80 milhões, para dar suporte financeiro para micro e pequenas empresas inovadoras.
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