São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Assessor de Mantega descarta "bolha"

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse ontem que o governo não teme uma "bolha de crédito" no mercado, tampouco ameaças de inflação devido à alta demanda. Segundo ele, o governo acompanha os preços dos alimentos e prevê reajuste nos automóveis devido ao aumento da cotação do aço.
"O crédito está crescendo sustentado pela atual expansão da economia. A preocupação é com o preço do aço, que pode elevar os custos de produção. E os índices de inadimplência também apontam que o pagamento das dívidas está sob controle. A demanda aquecida não é um problema. A produção tem de estar alta", disse Barbosa, que participou de seminário na FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dissera estar preocupado com o ritmo de expansão do crédito. O jornal "O Globo" noticiou que o ministério estudava medidas para conter a oferta de empréstimos. Anteontem, Mantega negou a possibilidade.
Ontem, Barbosa descartou a hipótese de "bolha de crédito", originada especialmente pela concessão de empréstimos no mercado automotivo.
"As instituições financeiras têm boa situação patrimonial. Há demanda reprimida por crédito muito grande, e os indicadores de nível de inadimplência não indicam a possibilidade de bolha."
Em sua apresentação na FGV, Barbosa afirmou que, apesar do aumento da demanda, estimulada pela expansão do crédito, a inflação dos bens de consumo duráveis está baixa, devido ao aumento das importações. "Há deflação na maioria dos itens e, no caso dos automóveis, a inflação está bem abaixo da meta de 4,5%, apesar do rápido crescimento da demanda. O maior risco é, portanto, o aumento nos preços dos insumos industriais."
Ainda que não considere uma ameaça ao ciclo de crescimento do país, Barbosa disse, no entanto, que a oferta de financiamento de automóveis tem excessos. Há casos em que o prazo de pagamento pode chegar a sete anos. "O prazo razoável é de quatro a cinco anos. Mas é o mercado que decide."


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