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Assessor de Mantega descarta "bolha"
DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse ontem que o governo
não teme uma "bolha de crédito" no mercado, tampouco
ameaças de inflação devido à
alta demanda. Segundo ele, o
governo acompanha os preços
dos alimentos e prevê reajuste
nos automóveis devido ao aumento da cotação do aço.
"O crédito está crescendo
sustentado pela atual expansão
da economia. A preocupação é
com o preço do aço, que pode
elevar os custos de produção. E
os índices de inadimplência
também apontam que o pagamento das dívidas está sob controle. A demanda aquecida não
é um problema. A produção
tem de estar alta", disse Barbosa, que participou de seminário
na FGV (Fundação Getulio
Vargas), em São Paulo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dissera estar preocupado
com o ritmo de expansão do
crédito. O jornal "O Globo" noticiou que o ministério estudava medidas para conter a oferta
de empréstimos. Anteontem,
Mantega negou a possibilidade.
Ontem, Barbosa descartou a
hipótese de "bolha de crédito",
originada especialmente pela
concessão de empréstimos no
mercado automotivo.
"As instituições financeiras
têm boa situação patrimonial.
Há demanda reprimida por
crédito muito grande, e os indicadores de nível de inadimplência não indicam a possibilidade de bolha."
Em sua apresentação na
FGV, Barbosa afirmou que,
apesar do aumento da demanda, estimulada pela expansão
do crédito, a inflação dos bens
de consumo duráveis está baixa, devido ao aumento das importações. "Há deflação na
maioria dos itens e, no caso dos
automóveis, a inflação está
bem abaixo da meta de 4,5%,
apesar do rápido crescimento
da demanda. O maior risco é,
portanto, o aumento nos preços dos insumos industriais."
Ainda que não considere
uma ameaça ao ciclo de crescimento do país, Barbosa disse,
no entanto, que a oferta de financiamento de automóveis
tem excessos. Há casos em que
o prazo de pagamento pode
chegar a sete anos. "O prazo razoável é de quatro a cinco anos.
Mas é o mercado que decide."
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