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Após oscilação em NY, Bovespa fecha em alta de 0,8%
Baixa procura por títulos reduz valorização do Dow Jones
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de alcançar 2,8% de
alta nas primeiras horas de pregão, a Bovespa diminuiu o ritmo e chegou a operar no vermelho. Sempre próxima às oscilações de Wall Street, a Bolsa
brasileira acabou por melhorar
um pouco no fim do dia, para
encerrar com ganhos de 0,78%.
O dólar terminou cotado a R$
2,249, em alta de 0,27%.
O impacto do pacote destinado ao setor imobiliário, anunciado ontem pelo governo Lula,
foi sentido mais intensamente
no começo do pregão, quando
as ações das construtoras chegaram a subir mais de 5%. Mas
esse reflexo positivo acabou
por não se sustentar.
"Ao longo do dia, os investidores reavaliaram as medidas
do governo. Ainda há muitas
dúvidas, como os prazos envolvidos na implementação do pacote. E a empolgação com as
ações esfriou", afirma José
Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
"Além disso, a volatilidade lá
fora continua muita elevada,
afetando nossa Bolsa", diz.
Das ações de empresas do setor imobiliário, os melhores resultados ficaram com os papéis
ordinários de MRV, que subiram 1,05%, e Tenda, com
0,55%. As ações de Rossi Residencial e Gafisa, que são muito
mais negociadas na Bolsa, terminaram com baixas de 1,94%
e 1,59%, respectivamente.
No mercado norte-americano, os pregões foram marcados
por intenso sobe-e-desce. Na
abertura da Bolsa, dados econômicos favoráveis motivaram
as compras de ações e levaram
o índice Dow Jones a marcar
ganhos de 2,66% na máxima.
Mas o mercado virou após o
Tesouro dos EUA encontrar
baixa demanda no leilão de títulos que realizou pela tarde. A
decepção com o nível de procura pelos títulos fez o Dow Jones
recuar 1,42% na mínima. No
fim do pregão, os investidores
voltaram às compras, e a Bolsa
de Nova York subiu 1,17%.
A baixa aceitação dos títulos
do Tesouro incomodou o mercado, pois levanta dúvidas sobre a capacidade do governo de
conseguir financiar com sucesso seus pacotes destinados à
reativação da economia.
Se dependesse apenas dos
dados econômicos apresentados ontem, o resultado de Wall
Street tenderia a ser melhor.
Ontem foi divulgado que os pedidos de bens duráveis registraram alta de 3,4% em fevereiro,
o que representou a interrupção de seis meses consecutivos
de recuo. Outro dado positivo
foi o de vendas de novas moradias, que registrou elevação de
4,7% no país no mês passado.
Inflação e juros
A divulgação do IPCA-15, que
ficou em 0,11%, abaixo do que
previam os analistas, levou os
juros futuros a recuarem. No
pregão da BM&F, a taxa no
contrato que vence no fim do
ano caiu de 9,88% para 9,78%.
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