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Indústria retarda a melhora do emprego em SP, diz IBGE
Média de desemprego de SP em fevereiro, 8,1%, foi superior à das 6 regiões, de 7,4%
Rio de Janeiro e Porto Alegre tiveram os melhores resultados, 5,6% e 5,1%,
em patamar similar ao dos
EUA antes da crise global
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Enquanto Porto Alegre e Rio
de Janeiro já superaram o baque da turbulência global e registram taxas de desemprego
baixas -na casa dos 5%-, a
maior e mais industrializada
região metropolitana do país
patina. Segundo dados do
IBGE, em São Paulo a indústria
continua a demitir.
Pelos dados da Pesquisa
Mensal de Emprego do IBGE, a
taxa de desemprego em São
Paulo ficou em 8,1% em fevereiro, superior à média das seis
regiões incluídas no levantamento, de 7,4%. Tal marca é a
menor para fevereiro da série
da pesquisa, iniciada em 2003.
No Rio e em Porto Alegre, as
taxas ficaram em 5,6% e 5,1%,
respectivamente, num patamar similar ao registrado nos
EUA no pré-crise e considerado baixo por especialistas.
Sozinha, a Grande São Paulo
corresponde a 42% da força de
trabalho das maiores metrópoles do país e foi responsável por
puxar para cima a taxa média
de desemprego.
Na região, o emprego cresceu
2,4% na comparação com fevereiro de 2009 graças ao bom
desempenho do ramo de serviços. O índice ficou abaixo da
média -de 3,5% ante fevereiro
do ano passado.
Mas o setor fabril, que paga
os melhores salários e é o setor
mais formal da economia, registrou queda de 3,9% no contingente de ocupados entre fevereiro de 2009 e o mesmo mês
de 2010. Foram fechados 72 mil
postos de trabalho na indústria.
Para Cimar Azeredo Pereira,
gerente da pesquisa do IBGE, o
mercado de trabalho reagiu e
está melhor do que há um ano.
O emprego, diz, voltou a crescer e a formalização avança.
A crise, porém, afetou mais a
indústria, que ainda está numa
fase de recomposição dos empregos perdidos, tendência interrompida em fevereiro. "Não
é possível dizer que já há uma
recuperação completa."
Isso fica claro, segundo Pereira, a partir dos dados de São
Paulo -onde o peso da indústria é maior. A região depende
tanto do setor que a queda na
ocupação industrial puxou a
renda média do trabalhador
paulista para baixo em fevereiro -queda de 2,6% ante fevereiro de 2009. Na média, o rendimento avançou 0,9% -desempenho que seria melhor
não fosse o resultado negativo
de São Paulo.
Apesar do desempenho ruim
em São Paulo, a indústria reage
em outras regiões e, na média, o
contingente de empregados do
setor cresceu 2,1% ante fevereiro de 2009 -ou 73 mil pessoas.
Em todos os ramos, a expansão
da ocupação somou 725 mil
pessoas -cifra recorde para
meses de fevereiro.
Para Thaís Marzola Zara, da
Rosenberg e Associados, o mercado de trabalho está em recuperação e o conjunto de dados é
positivo, apesar da freada da indústria em São Paulo.
Talvez a melhor notícia da
pesquisa, diz, seja a expansão
das contratações formais, que
levaram a um recorde de participação do emprego com carteira no total de ocupados
-46% em fevereiro.
No setor privado, o emprego
com registro subiu 6,4% em relação a fevereiro de 2009 -melhor resultado para fevereiro da
série histórica. Foram abertas
598 mil vagas.
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