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Dólar vai a R$ 1,81 e Bolsa de SP recua 0,7%
Juros futuros avançam após divulgação da ata do Copom
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
O dólar atingiu sua maior cotação no mercado brasileiro em
um mês, enquanto as ações
brasileiras voltaram a se desvalorizar, num dia marcado pela
apreensão do mercado mundial sobre a situação da economia europeia e seu "elo mais
frágil", a Grécia.
O país mediterrâneo enfrenta uma severa crise financeira,
que pode afetar a estabilidade
da região. A expectativa de que
o restante dos países da zona do
euro se mobilize para resgatar o
colega grego perturba os mercados há várias semanas.
Ontem, os investidores reagiram de maneira cautelosa às
notícias de que líderes europeus finalmente haviam batido
o martelo em torno de um programa de auxílio financeiro.
A Bovespa (Bolsa de Valores
de São Paulo) finalizou o dia
com perdas de 0,68%. O baixo
volume (pouco mais de R$ 5 bilhões) mostrou a falta de disposição dos investidores para tomar risco. As Bolsas de Valores
americanas encerraram em
terreno misto: enquanto o índice Dow Jones subiu 0,05%, o
mais abrangente S&P 500 teve
queda de 0,17%.
A taxa de câmbio atingiu R$
1,812 (alta de 0,55%), o seu valor máximo no dia. O cenário
externo adverso foi citado como um dos motivos para a alta,
mas uma parcela dos operadores também apontou a ação das
tesourarias dos bancos já se antecipando ao final de mês, que
costuma ser um período de
maior volatilidade.
"É claro que o cenário externo acaba contribuindo [para
mexer com as cotações], como
a gente viu ontem, no caso da
redução do "rating" de Portugal.
Mas não podemos esquecer
que internamente muito do
que ocorreu nos últimos dias
teve influência da ação dos bancos", avalia Carlos Alberto Postigo, do Banco Paulista.
Profissionais do setor financeiro elogiaram a simplificação
das normas para o câmbio,
anunciada anteontem pelo
Banco Central. A opinião corrente, no entanto, era que a influência na formação dos preços da moeda americana seria
pouco expressiva.
O que chamou mais a atenção ontem foi a ata do Copom
(o colegiado de diretores do
Banco Central), que trouxe os
motivos para a manutenção da
taxa básica em 8,75% ao ano.
Além disso, o comitê foi explícito ao dizer que é "consenso" na
instituição que as taxas de juros
vão subir -e provavelmente
em abril.
No mercado futuro, as taxas
projetadas subiram. No contrato de outubro, o juro previsto
avançou de 9,82% para 9,86%;
no contrato de janeiro de 2011,
as projeções passaram de
10,33% para 10,38%.
"Diante das expectativas de
que os sinais da demanda agregada continuem fortes e que os
dados da inflação continuem
pressionados, não descartamos
a possibilidade de um início de
ciclo [de alta dos juros] com
0,75 [ponto percentual]", avalia
Arthur Carvalho, economista-chefe da Ativa Corretora.
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