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Cade revê a sua decisão contra venda da Ipiranga
Conselho flexibiliza restrições contrárias a essa operação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma semana depois de impor restrições provisórias à
compra do grupo Ipiranga por
Petrobras, Braskem e Ultra, o
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu ontem rever a medida.
Conforme a Folha antecipou, os conselheiros flexibilizaram a decisão alterando alguns pontos, mas mantiveram
dispositivos que asseguram
que a venda de US$ 4 bilhões
possa ser revertida caso o conselho julgue nesse sentido.
A medida tomada na semana
passada atendia a um pedido
da Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e da
SDE (Secretaria de Direito
Econômico), que viam na operação riscos de danos à concorrência no setor petroquímico e
de distribuição de combustível.
De acordo com o relator do caso, conselheiro Luiz Fernando
Rigato, com base em informações trazidas pelas empresas
foi possível rever a decisão.
No caso da restrição à Petrobras, que estava impedida de
participar de deliberações ou
negociações que tratassem de
aspectos comerciais e estratégicos da Copesul, os conselheiros decidiram fazer um ajuste
de redação. Os advogados da
Petrobras disseram ao Cade
que a empresa já era sócia minoritária da Copesul e, com a
compra, continua minoritária.
Por esse motivo, a empresa
não tem direito de atuar na gestão dos negócios da Copesul. O
Cade entendeu, portanto, que
basta à Petrobras seguir o atual
acordo de acionistas.
A medida original previa o
mesmo tipo de proibição à
Braskem, que não poderia participar das decisões relativas
aos negócios da Ipiranga. Ontem, a Braskem assinou um
acordo -tecnicamente chamado de Apro (Acordo de Preservação da Reversibilidade da
Operação)- no qual se compromete manter separados
seus ativos dos da Ipiranga.
Com o acordo, a Braskem foi
eliminada do rol de restrições
impostos pelo conselho.
No mercado de distribuição
de combustíveis, a imposição
colocada à Petrobras foi suspensa pelo prazo de dez dias.
Nesse período, a empresa deverá apresentar uma solução alternativa que garanta a concorrência entre os parceiros.
Na medida, o Cade proibia a
participação da Petrobras nos
negócios de distribuição de
combustíveis adquiridos na
compra. Com os postos da Ipiranga do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, ela tinha o potencial de elevar sua participação de mercado para cerca de
50% em vários municípios.
A Ultra, que seria a principal
concorrente da Petrobras no
Sul-Sudeste, iria participar dos
negócios da Petrobras nessas
regiões. Para os órgãos antitruste, a conjunção de interesses entre os dois concorrentes
é potencialmente danosa ao
mercado e poderia favorecer
conluio entre as empresas.
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