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EUA criticam China e Rússia por pirataria; Brasil segue "sob vigilância"
Relatório anual menciona "proliferação de remédios piratas" no Brasil"
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O relatório anual sobre respeito à propriedade intelectual
produzido pelo escritório de
Comércio Exterior dos EUA
(USTr, na sigla em inglês) critica a China e a Rússia por falharem ao combater a pirataria.
Apesar de apontar melhoria
por parte dos governos, o USTr
compara a atividade a "uma
praga" que ainda está "disseminada nos dois países".
Embora elogie o Brasil em
geral, o levantamento também
cita o país desfavoravelmente.
"Os EUA notam com preocupação a proliferação da confecção
de produtos farmacêuticos falsificados no Brasil, na China, na
Índia, no México e na Rússia e a
venda e a distribuição desses
produtos em muitos países",
afirma o texto, batizado de "Relatório Especial 301" e produzido anualmente a pedido do
Congresso dos EUA.
Sobre a China, principal parceiro comercial do país, é mais
enfático. "Ao mesmo tempo em
que os EUA continuam a buscar canais de cooperação para
trabalhar com a China para fortalecer o regime de respeito à
propriedade intelectual naquele país, a pirataria de direitos
autorais de alto nível e a falsificação de marcas registradas
continuam causando sérias
preocupações".
O mesmo tom é usado na referência à Rússia, que é criticada por atividade de pirataria na
internet e em três regiões de
Moscou, os mercados de Gorbushka, Rubin e Tsaritsino. O
Escritório Comercial lembra
que a aceitação do país na Organização Mundial do Comércio
(OMC) está condicionada a um
combate mais efetivo do que o
realizado atualmente.
Em 2007, o Brasil fora "promovido" na lista antipirataria,
passando do grupo de países
que merecem "vigilância prioritária", o segundo pior, para os
que exigem apenas "vigilância".
Além disso, conseguiu passar
por uma "revisão especial", que
o USTr promove a seu critério e
antes da data do relatório
anual, para examinar países
que estejam apresentando progresso no combate à pirataria.
Autoridades brasileiras esperavam que o escritório comandado por Susan Schwab, que
negocia com o chanceler Celso
Amorim a Rodada Doha de liberalização de comércio, retirassem o país do relatório neste
ano. Isso não aconteceu. O Brasil segue na lista de "vigilância",
ao lado de 35 outros países, como Bolívia, Colômbia e México.
Nas justificativas, o Escritório Comercial afirma que a "revisão especial" concluiu que o
Brasil deveria permanecer na
lista de "vigilância". "Essa decisão reconhece o impulso positivo do Brasil em fazer valer o
respeito à propriedade intelectual, o que levou o país a ser
"promovido" na lista de 2007",
afirma o relatório, que ressalta
sua preocupação com as áreas
de internet e livros.
"Quanto aos problemas de
patente, marca registrada e
proteção de informação, no entanto, a postura do Brasil de
atrapalhar a proteção da propriedade intelectual continua
preocupante", continua o texto. Ao anunciar o relatório,
Schwab disse que "piratas e falsificadores não roubam só
idéias, mas também empregos
e muito freqüentemente ameaçam nosso bem-estar e nossa
segurança". No total, 78 parceiros comerciais dos EUA são listados. Na pior classificação estão, além de China e Rússia, Argentina, Chile, Índia, Israel, Paquistão, Tailândia e Venezuela.
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