São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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Alta nos preços dos alimentos já é crise global, diz a ONU

Para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, questão ameaça o crescimento e a estabilidade mundiais

Na tentativa de buscar uma "ação coordenada" para combater o problema, chefe da ONU convocou reunião para a próxima semana

DA REDAÇÃO

A alta nos preços dos alimentos já se configura em uma "crise global" e ameaça o crescimento e a segurança mundiais, disse ontem o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon. Ele convocou uma reunião para a próxima semana em Berna, na Suíça, para buscar uma "ação coordenada" imediata contra a crise.
"A ONU está muito preocupada, assim como todos os membros da comunidade internacional", afirmou Ban Ki-moon, na abertura de uma conferência sobre comércio e desenvolvimento, em Gana.
Somente neste ano, os preços do arroz praticamente triplicaram na Ásia, enquanto a insatisfação com os altos custos dos alimentos e dos combustíveis desencadeou violentos protestos em várias partes do mundo.
Aumento na demanda por parte de países em desenvolvimento, expansão do cultivo para biocombustíveis e enchentes e secas em países produtores estão entre as razões apontadas para o aumento dos preços.
De acordo com estimativas do secretário-geral da ONU, cerca de 100 milhões de pessoas entre as mais pobres que antes não precisavam de ajuda humanitária agora não terão condições de arcar sozinhas com os preços de alimentos.
"No curto prazo, precisamos combater a crise humanitária que vem afetando os mais pobres", afirmou Ban Ki-moon. Mas a médio e a longo prazos, "a comunidade internacional e seus líderes devem dialogar para ver como podemos melhorar o sistema econômico, o sistema de distribuição e de que forma podemos promover nova produção de produtos agrícolas", acrescentou.

Reunião de urgência
Ban Ki-moon convocou uma reunião para segunda e terça-feiras em Berna, na Suíça, para discutir a crise alimentar.
Devem participar o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, a diretora-executiva do PMA (Programa Mundial de Alimentos), Josette Sheeran, e o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), Jacques Diouf.
O diretor-geral da FAO sugeriu ontem que a comunidade internacional conceda subsídios aos países em desenvolvimento para compensar a ajuda governamental oferecida aos agricultores das nações desenvolvidas.


Com agências internacionais


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