São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Crédito para investimento é reduzido em R$ 2,55 bi

Corte fará com que produtores tenham mais dinheiro para outras finalidades

Limite para empréstimos a produtores de soja subiu de R$ 150 mil e R$ 200 mil, dependendo da região, para R$ 300 mil em todo o país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pressionado pela necessidade de apresentar boas notícias ao setor rural, o governo antecipou a divulgação do plano para a próxima safra, concluído às pressas nos últimos dias.
Foram anunciados R$ 50 bilhões em empréstimos para a agricultura comercial, incluindo custeio, comercialização e investimentos, além dos R$ 10 bilhões já prometidos para a agricultura familiar.
O volume, segundo os dados oficiais, supera em 13% o destinado ao setor no ano passado. Ironicamente, a crise no setor rural permitiu ao Ministério da Agricultura ostentar percentuais mais generosos de crescimento nos recursos voltados para o custeio e a comercialização da safra.
Devido à queda da renda e ao aumento do endividamento dos produtores, o crédito para investimento será reduzido de R$ 11,15 bilhões em 2005 para R$ 8,6 bilhões neste ano -considera-se óbvio que a demanda por máquinas e equipamentos, cujo objetivo é expandir a capacidade produtiva, será menor.
Com isso, há mais dinheiro para as demais finalidades: R$ 41,4 bilhões -aumento de 25% em relação ao ano passado.
Uma das principais reivindicações dos produtores, a queda dos juros, não foi atendida. A taxa das operações direcionadas pela legislação continuará em 8,75% ao ano, baixa para um país em que os juros do BC estão em 15,75% anuais.
Como paliativo, o governo elevou o total de recursos a ser aplicado com o piso dos juros, de R$ 20,9 bilhões, na safra passada, para R$ 30,1 bilhões.
Em outra base de comparação, o crédito com taxas tabeladas passou a representar 73% do total destinado ao custeio e comercialização, contra 63% em 2005. A equipe do BC considera excessivo o volume de crédito oficialmente direcionado no país (por esse raciocínio, juros tabelados em setores favorecidos obrigam o uso de taxas maiores no resto da economia).
Também foram elevados os limites para empréstimos no caso de produtores de soja (de R$ 150 mil e R$ 200 mil, dependendo da região, para R$ 300 mil em todo o país), avicultores e suinocultores (nos dois casos, de R$ 60 mil para R$ 120 mil).


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