A construção da usina de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, e as perspectivas de novas obras de infra-estrutura do PAC voltam a pressionar o abastecimento de cimento.
Segundo o sindicato da indústria, o aumento do número de obras no país, impulsionado também pelo avanço do mercado imobiliário, puxado pelo crédito para casas populares, não deve ameaçar a oferta. "Espero que não falte cimento", diz José Otávio Carvalho, secretário-executivo do Snic (sindicato da indústria do cimento). Em abril, as vendas ao mercado interno brasileiro atingiram 4,1 milhões de toneladas. As vendas por dia útil tiveram alta de 5,2% com relação a março. Em comparação com abril de 2007, a alta foi de 12,8.
O mercado interno está na lista de prioridades da indústria. Segundo Carvalho, todas as empresas já têm projetos para se adequar à demanda. Uma das medidas tomadas foi o redirecionamento para o mercado interno de parte do que estava sendo exportado.
"As exportações de cimento são pequenas, mas mesmo assim as empresas direcionaram o que estava saindo de volta ao mercado interno", diz. Neste ano, no acumulado de janeiro a abril, foram vendidas 15,8 toneladas do produto, sendo 15,6 milhões de toneladas ao mercado interno, alta de 15,4% sobre igual período de 2007.
Outras medidas começaram a ser tomadas desde 2007 para suprir o consumo, que ultrapassou, no segundo semestre, um nível que não se via há quase uma década. "Foram religados fornos fora de funcionamento. Fábricas que estavam paralisadas foram reativadas."
O grupo Holcim, por exemplo, reativou sua fábrica de Sorocaba e religou o segundo forno da fábrica de Pedro Leopoldo (MG), no segundo semestre de 2007. O forno ficara desligado por cinco anos por causa da queda nas vendas de cimento. Agora a empresa está investindo para, a curto prazo, aumentar sua capacidade de produção em 1 milhão de toneladas. Hoje a capacidade de produção da Holcim é de 4,5 milhões de toneladas ao ano.
A Votorantim Cimentos, que tem 40% de participação no mercado, anunciou em 2007 investimento de R$ 1,7 bilhão para aumentar em 30% a capacidade de produção no Brasil. O foco são 12 unidades, nove novas e três reativações.
O que pode acontecer agora, segundo Carvalho, são desabastecimentos em regiões específicas por motivos pontuais. "Se um forno quebrar pode ocorrer deficiência, mas o abastecimento está controlado." No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas para o mercado interno atingiram 46,8 milhões de toneladas, que representam incremento de 13,1% sobre igual período anterior.

PESQUISA:
EM SETE ANOS, PESO DA CARGA TRIBUTÁRIA DOBROU PARA A CLASSE MÉDIA
Segundo pesquisa do Ipea, não só os mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos que os mais pobres, mas também, nos últimos anos, o peso dos tributos está aumentando para a classe média e para as famílias de baixa renda. Entre 1996 e 2003, a carga tributária dobrou para quem ganha entre 10 e 15 salários mínimos. O aumento foi de 73% no período para as famílias com renda de até dois salários mínimos. Já para os que ganham mais de 30 salários mínimos, a carga tributária subiu 47% no período.


Indústria não vai pressionar demanda por energia, diz estudo

A expansão da atividade industrial brasileira não deve pressionar significativamente a demanda por energia no país, segundo análise da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), do governo federal, e do NEIT (Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia), da Unicamp.
A conclusão está no primeiro "Boletim de Conjuntura Industrial". O estudo mostra que os setores que mais cresceram em 2007 foram os menos intensivos em eletricidade.
De acordo com o levantamento, as indústrias de alimentos, de refino de petróleo, de minerais não-metálicos e a extrativa mineral, responsáveis por 60% do consumo de energia elétrica e combustíveis na indústria, cresceu abaixo da média nacional em 2007.
Patrícia Arce, diretora-executiva da Abrace, que representa os grandes consumidores de energia, diz que foi a falta de garantia de energia que impediu o avanço das indústrias.
Arce diz que essas indústrias, citadas no estudo, só crescem se tiverem garantia do fornecimento de energia. "No ano passado, a oferta firme de contratos, principalmente de longo prazo, já estava prejudicava."

A TIRACOLO

Joel Silva/Folha Imagem

A partir de agora, o Aerolula vai ter um novo passageiro. Será um carrinho de plástico "verde" cuja matéria-prima é o etanol. A estréia vai ser em Roma, no dia 3 de junho, na reunião da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Lula quer divulgar outros usos para o etanol. O carrinho "verde", produzido especialmente pela Braskem e pela Estrela, deverá ser presença constante nas viagens internacionais de Lula em sua campanha em defesa dos biocombustíveis

COM CHIP
O Banco do Brasil emitiu, neste ano, 14 milhões de cartões com chip- mais da metade dos 22,3 milhões de cartões de crédito do BB. O banco estima que, até setembro, toda a base será trocada por cartões com chip.

DUAS RODAS
A Brasil&Movimento, dona das marcas Sundown Motos e Sundown Bikes, fechou o 1º trimestre com receita de R$ 108 milhões, avanço de 21% sobre 2007.

PRESSA
A Brasil&Movimento também investe R$ 1,3 milhão no seu centro de distribuição de peças de Itajaí (SC). A empresa quer dobrar a capacidade de expedição.