São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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FolhaInvest

Taxa pode levar ganho do Tesouro Direto

Aplicações em títulos públicos federais valem a pena dependendo das tarifas cobradas por bancos e corretoras

Índices variam entre zero e 4%; Corretoras Socopa, Spinelli, Codepe e Banif não cobram taxa; Bradesco e Itaú pedem o máximo


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Aplicar nos títulos oferecidos pelo Tesouro Direto pode ser uma boa opção, especialmente neste momento de alta das taxas de juros. Mas o investidor deve, antes de mais nada, estar atento às taxas cobradas pelas corretoras e bancos que fazem a custódia dos títulos.
As taxas cobradas pelas instituições financeiras dos clientes variam consideravelmente e podem fazer a diferença entre uma aplicação rentável e um retorno pouco interessante.
Segundo levantamento realizado pelo Tesouro Nacional, a taxa cobrada pelos agentes de custódia -bancos e corretoras contratados pelos investidores para poderem comprar títulos públicos, responsáveis pelo cadastro e a administração de suas contas- varia de zero a 4% ao ano. Se for considerado um retorno anual médio de 12% para os títulos públicos, essa taxa faz uma grande diferença no ganho final da aplicação.
Por isso, analistas recomendam que o investidor, independentemente do volume que aplica, fique atento e se informe sobre todas as taxas a serem cobradas na operação. As instituições financeiras têm de informar claramente todos os custos envolvidos. Pelas normas do Tesouro, as taxas cobradas pelas instituições são "livremente pactuadas com os investidores". Além da taxa padrão de custódia e administração, há corretoras que cobram por determinado número de operações realizadas.
"As corretoras executam as ordens de compra e venda dos títulos, trabalho pela qual cobram. Como a cobrança vai de zero a taxas proibitivas, o investidor deve pesquisar e saber exatamente os custos de cada negócio que irá fazer", afirma a consultora de investimentos Márcia Dessen, da Bankrisk.
O Tesouro Direto é um sistema de negociação de títulos públicos federais por meio da internet, que começou a funcionar no início de 2002. Quando criou o Tesouro Direto, o governo buscou fazer com que o investidor pessoa física tivesse acesso aos títulos públicos, normalmente negociados apenas pelos bancos.
À primeira vista, a taxa cobrada pelos agentes de custódia pode não parecer relevante. Mas, se o investidor encontrar uma taxa de 4% e tiver um retorno de 12% no título que comprar, conseguirá no final um ganho líquido de apenas 7,7%. Ou seja, para obter um retorno desses seria mais tranqüilo deixar o dinheiro parado na poupança. Dessa forma, pesquisar é fundamental.
Estão habilitados pelo Tesouro Nacional para operarem como agentes de custódia 65 instituições financeiras, entre corretoras e bancos.
Segundo o ranking do Tesouro, entre as que cobram menos taxa -na realidade, zero-, estão as corretoras Socopa, Spinelli, Codepe e Banif.
Na outra ponta, entre os que cobram as taxas mais elevadas, que chegam a 4% ao ano, aparecem o Bradesco e o Itaú.
"É importante estar atento às taxas cobradas e aprender a negociar. O investidor deve entender que 1 ponto percentual em uma taxa cobrada faz muita diferença", diz Dessen. "Se conseguir uma taxa baixa, digamos de 0,50%, será muito interessante. Isso porque, se buscasse um fundo de renda fixa, que desse retorno similar ao do título público, muito dificilmente encontraria uma taxa de administração de 0,50%", afirma a analista.

Expansão
O número de pessoas que investem pelo Tesouro Direto tem crescido ano a ano. De 34 mil investidores cadastrados no começo de 2005, chegou-se a cerca de 115 mil investidores no mês passado.
Todavia, apesar desse crescimento, o número de investidores nesse tipo de aplicação é ainda muito pequeno se for comparado ao universo de aplicadores de fundos de investimento, que supera os 10 milhões de cotistas.
O Tesouro Direto é uma forma de popularizar as aplicações financeiras. Isso porque é possível fazer aplicações a partir de apenas R$ 100.
O risco da aplicação é bastante baixo. Apenas se o governo quebrasse e desse calote em sua dívida interna, o investidor acabaria por sofrer prejuízos. Como os títulos oferecidos são aplicações de renda fixa, oscilações bruscas de rentabilidade, como as que ocorrem na Bolsa de Valores, não afetam esse tipo de investimento.


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