|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FolhaInvest
Taxa pode levar ganho do Tesouro Direto
Aplicações em títulos públicos federais valem a pena dependendo das tarifas cobradas por bancos e corretoras
Índices variam entre zero e 4%; Corretoras Socopa, Spinelli, Codepe e Banif
não cobram taxa; Bradesco
e Itaú pedem o máximo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Aplicar nos títulos oferecidos
pelo Tesouro Direto pode ser
uma boa opção, especialmente
neste momento de alta das taxas de juros. Mas o investidor
deve, antes de mais nada, estar
atento às taxas cobradas pelas
corretoras e bancos que fazem
a custódia dos títulos.
As taxas cobradas pelas instituições financeiras dos clientes
variam consideravelmente e
podem fazer a diferença entre
uma aplicação rentável e um
retorno pouco interessante.
Segundo levantamento realizado pelo Tesouro Nacional, a
taxa cobrada pelos agentes de
custódia -bancos e corretoras
contratados pelos investidores
para poderem comprar títulos
públicos, responsáveis pelo cadastro e a administração de
suas contas- varia de zero a 4%
ao ano. Se for considerado um
retorno anual médio de 12%
para os títulos públicos, essa taxa faz uma grande diferença no
ganho final da aplicação.
Por isso, analistas recomendam que o investidor, independentemente do volume que
aplica, fique atento e se informe sobre todas as taxas a serem
cobradas na operação. As instituições financeiras têm de informar claramente todos os
custos envolvidos. Pelas normas do Tesouro, as taxas cobradas pelas instituições são "livremente pactuadas com os investidores". Além da taxa padrão de custódia e administração, há corretoras que cobram por determinado número de
operações realizadas.
"As corretoras executam as
ordens de compra e venda dos
títulos, trabalho pela qual cobram. Como a cobrança vai de
zero a taxas proibitivas, o investidor deve pesquisar e saber
exatamente os custos de cada
negócio que irá fazer", afirma a
consultora de investimentos
Márcia Dessen, da Bankrisk.
O Tesouro Direto é um sistema de negociação de títulos públicos federais por meio da internet, que começou a funcionar no início de 2002. Quando
criou o Tesouro Direto, o governo buscou fazer com que o
investidor pessoa física tivesse
acesso aos títulos públicos,
normalmente negociados apenas pelos bancos.
À primeira vista, a taxa cobrada pelos agentes de custódia
pode não parecer relevante.
Mas, se o investidor encontrar
uma taxa de 4% e tiver um retorno de 12% no título que
comprar, conseguirá no final
um ganho líquido de apenas
7,7%. Ou seja, para obter um retorno desses seria mais tranqüilo deixar o dinheiro parado
na poupança. Dessa forma, pesquisar é fundamental.
Estão habilitados pelo Tesouro Nacional para operarem
como agentes de custódia 65
instituições financeiras, entre
corretoras e bancos.
Segundo o ranking do Tesouro, entre as que cobram menos
taxa -na realidade, zero-, estão as corretoras Socopa, Spinelli, Codepe e Banif.
Na outra ponta, entre os que
cobram as taxas mais elevadas,
que chegam a 4% ao ano, aparecem o Bradesco e o Itaú.
"É importante estar atento às
taxas cobradas e aprender a negociar. O investidor deve entender que 1 ponto percentual
em uma taxa cobrada faz muita
diferença", diz Dessen. "Se conseguir uma taxa baixa, digamos
de 0,50%, será muito interessante. Isso porque, se buscasse
um fundo de renda fixa, que
desse retorno similar ao do título público, muito dificilmente encontraria uma taxa de administração de 0,50%", afirma
a analista.
Expansão
O número de pessoas que investem pelo Tesouro Direto
tem crescido ano a ano. De 34
mil investidores cadastrados
no começo de 2005, chegou-se
a cerca de 115 mil investidores
no mês passado.
Todavia, apesar desse crescimento, o número de investidores nesse tipo de aplicação é
ainda muito pequeno se for
comparado ao universo de aplicadores de fundos de investimento, que supera os 10 milhões de cotistas.
O Tesouro Direto é uma forma de popularizar as aplicações
financeiras. Isso porque é possível fazer aplicações a partir de
apenas R$ 100.
O risco da aplicação é bastante baixo. Apenas se o governo
quebrasse e desse calote em sua
dívida interna, o investidor acabaria por sofrer prejuízos. Como os títulos oferecidos são
aplicações de renda fixa, oscilações bruscas de rentabilidade,
como as que ocorrem na Bolsa
de Valores, não afetam esse tipo de investimento.
Texto Anterior: Outro lado: Recadastramento está em curso, diz secretaria Próximo Texto: Frase Índice
|