São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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Mercado foca indicadores de inflação no Brasil e EUA

Dados devem mostrar consumo fraco nos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana tende a ser menos intensa no mercado financeiro internacional. Ao menos se depender da agenda de eventos econômicos.
A ata da mais recente reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), divulgada na semana passada, mexeu bastante com o mercado. O documento indicou que não deve mais haver cortes de juros nos EUA. E, pior do que isso, se a inflação se mostrar uma ameaça persistente, os juros poderão voltar a subir no país.
Nos EUA serão conhecidos amanhã dados como o nível de confiança do consumidor, vendas de imóveis novos em abril e o índice de atividade do setor manufatureiro medido pelo Fed de Richmond.
"Os dados dos Estados Unidos a serem divulgados na semana devem mostrar manutenção da fraqueza no setor imobiliário, com quedas nas vendas e nos preços dos imóveis, além de novos recuos na confiança do consumidor", diz Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
"Para o núcleo do deflator PCE, o índice de inflação preferido pelos integrantes do Fed, o mercado prevê variação menor, de 0,1% em abril, ante 0,2% em março, com a taxa em 12 meses mantendo-se em 2,2%", diz o economista.
O PCE e os dados de gastos pessoais dos norte-americanos serão divulgados na sexta-feira, o que pode fazer com que esse seja o dia mais agitado da semana. Resultados muito ruins nesses indicadores podem levar o mercado a temer que os juros básicos americanos, que estão em 2% ao ano, sejam elevados em breve.
A principal arma dos bancos centrais para tentar deter pressões inflacionários é a elevação das taxas de juros.
Como no Brasil as pressões inflacionárias também têm incomodado, a quarta-feira será especialmente relevante para o mercado. Nesse dia, vai ser divulgado os resultados da terceira quadrissemana do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe. Além disso, o IBGE vai divulgar o IPCA-15.
Na quinta-feira, vai ser a vez do IGP-M de maio, medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Este será o primeiro indicador de inflação fechado do mês e a expectativa é que tenha subido 1,77%.
"Deveremos acompanhar com atenção a confiança do consumidor americano e o índice PCE na sexta-feira. Na agenda interna, destacamos os índices de inflação IPCA-15 e o IGP-M de maio, podendo ser decisiva para a construção das perspectivas para a política monetária e para o comportamento das curvas de juros", afirma a equipe de analistas da corretora Coinvalores.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de juros já têm espelhado as expectativas dos investidores de que a elevação da inflação pode acabar fazendo com que o Banco Central suba a taxa básica de juros brasileira, a Selic, de forma mais intensa.
A taxa Selic está em 11,75% anuais. Segundo a mais recente pesquisa Focus, elaborada pelo BC junto a cem instituições financeiras, a expectativa é que a taxa Selic esteja em 13,25% no fim de 2008.
No contrato DI -Depósito Interfinanceiro, que mostra os juros futuros- mais negociado na BM&F, que vence em janeiro de 2010, a taxa subiu de 14,27% para 14,39% na semana passada. No fim de abril, a taxa estava em 13,67%.
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do Banco Central) vai ocorrer nos dias 3 e 4 de junho. A expectativa é que a taxa Selic seja elevada em 0,50 ponto percentual.


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