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análise
Subsídio pode afetar o lucro do banco
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Banco do
Brasil de aumentar o volume de recursos à disposição dos seus clientes para
operações de crédito e a
revisão da análise do risco
envolvido na concessão de
empréstimos preocupam
especialistas.
"Claro, uma instituição
pública possui vocação de
fomento. No entanto, as
políticas colocadas em
prática por meio dela não
podem comprometer a
sua solidez. Se todo governo decidir obrigar o banco
a realizar essas operações,
fica complicado", diz Joe
Akira Yoshino, professor
da FEA/USP (Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo). "É preciso entender os
motivos pelos quais as instituições privadas têm diminuído a liberação de financiamentos para medir
o preço a ser pago pelo
banco público."
O medo de um aumento
da inadimplência tem sido
a principal justificativa
usada pelos banco privados para represar o crédito
e aumentar as tarifas cobradas. Quando o Banco
do Brasil decide adotar
uma estratégia diferente
-abrindo mão de ganhos e
relevando parte dos riscos-, está, de certa maneira, dando um subsídio para o seu cliente.
Os primeiros a pagar essa conta são os seus acionistas minoritários, os
quais podem ver os resultados da empresa piorarem, e os seus papéis, desvalorizarem-se.
Esses prejuízos não seriam suficientes para
ameaçar a solvência do
banco, no entanto, frisam
os analistas.
Diante do desejo do governo de estimular o mercado de crédito para impedir que a economia brasileira esfrie mais, uma alternativa interessante, defende Yoshino, seria criar
um fundo de recursos para
empréstimos que seriam
administrados e repassados ao consumidor pelas
instituições privadas, as
quais, na sua avaliação,
possuem sistemas de avaliação de risco superiores.
"Não significaria inventar nada novo -é o que o
BNDES [Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social] faz com o
Finame [programa de financiamento de máquinas
e equipamentos], por
exemplo."
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