São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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análise

Subsídio pode afetar o lucro do banco

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Banco do Brasil de aumentar o volume de recursos à disposição dos seus clientes para operações de crédito e a revisão da análise do risco envolvido na concessão de empréstimos preocupam especialistas.
"Claro, uma instituição pública possui vocação de fomento. No entanto, as políticas colocadas em prática por meio dela não podem comprometer a sua solidez. Se todo governo decidir obrigar o banco a realizar essas operações, fica complicado", diz Joe Akira Yoshino, professor da FEA/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo). "É preciso entender os motivos pelos quais as instituições privadas têm diminuído a liberação de financiamentos para medir o preço a ser pago pelo banco público."
O medo de um aumento da inadimplência tem sido a principal justificativa usada pelos banco privados para represar o crédito e aumentar as tarifas cobradas. Quando o Banco do Brasil decide adotar uma estratégia diferente -abrindo mão de ganhos e relevando parte dos riscos-, está, de certa maneira, dando um subsídio para o seu cliente.
Os primeiros a pagar essa conta são os seus acionistas minoritários, os quais podem ver os resultados da empresa piorarem, e os seus papéis, desvalorizarem-se.
Esses prejuízos não seriam suficientes para ameaçar a solvência do banco, no entanto, frisam os analistas.
Diante do desejo do governo de estimular o mercado de crédito para impedir que a economia brasileira esfrie mais, uma alternativa interessante, defende Yoshino, seria criar um fundo de recursos para empréstimos que seriam administrados e repassados ao consumidor pelas instituições privadas, as quais, na sua avaliação, possuem sistemas de avaliação de risco superiores.
"Não significaria inventar nada novo -é o que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] faz com o Finame [programa de financiamento de máquinas e equipamentos], por exemplo."


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