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PIB dos ricos tem maior recuo em 49 anos
Economia de grupo que reúne 30 dos principais países do mundo encolhe 2,1% no 1º tri; só Coreia do Sul tem avanço
Alguns indicadores apontam
que a economia global dá sinais de melhora no 2º tri;
para Krugman, EUA e Europa podem crescer no fim do ano
Tobias Schwarz - 16.mai.09/Reuters
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Milhares de manifestantes em Berlim pedem que o governo da chanceler Angela Merkel tome mais medidas contra o desemprego
DA REDAÇÃO
A economia dos países mais
ricos do mundo teve queda recorde no primeiro trimestre
deste ano, indicando que a crise
global continuou a ganhar força
neste início de ano.
O PIB dos integrantes da
OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne
30 das maiores economias globais) encolheu 2,1% de janeiro
a março em relação aos três
meses anteriores, a maior queda desde 1960, quando a entidade começou o levantamento.
A contração foi ainda maior
que a sofrida nos últimos três
meses do ano passado, de 2%,
quando a crise global se agravou após a quebra do banco
de investimentos norte-americano Lehman Brothers, no dia
15 de setembro.
Para ter uma ideia da piora
da situação neste começo de
ano, apenas 3 (Coreia do Sul,
França e Portugal) dos 17 países que já divulgaram o resultado do PIB do primeiro trimestre tiveram resultados melhores entre janeiro e março que
no último trimestre de 2008. E
só os asiáticos registraram
crescimento: 0,1%.
Levando em conta apenas os
países do G7 (grupo que reúne
as sete maiores economias e
que, portanto, tem mais peso
no resultado da OCDE), a contração foi ainda maior: 2,2%. As
maiores quedas foram de Japão
e Alemanha, que são altamente
dependentes do setor exportador, que sofreu com a falta de
crédito e o freio nos gastos dos
consumidores do mundo todo,
preocupados com o aumento
do desemprego.
Mudança de cenário
Os dados mais recentes do
segundo trimestre mostram,
porém, que, se a recuperação
ainda parece estar longe, há indícios de que o pior parece ter
chegado ao fim. A confiança do
setor empresarial alemão, por
exemplo, subiu em maio pelo
segundo mês consecutivo, depois de atingir em março o seu
menor nível em 26 anos.
Outro sinal positivo foi a declaração ontem do governo japonês de que o ritmo da deterioração da maior economia
asiática "se moderou", apesar
de ela ainda estar em uma "situação difícil". A administração
disse estar mais otimista com
as exportações e a produção industrial depois que várias empresas disseram que pretendem aumentar a produção para
recompor os estoques.
Na semana passada, o BC japonês também já tinha elevado
as perspectivas para a economia do países, e ontem o presidente da instituição, Masaaki
Shirakawa, afirmou que o PIB
deverá voltar a crescer neste
trimestre, após se retrair em
15,2% na taxa anualizada nos
três primeiros deste ano -a
maior contração desde o início
da pesquisa, em 1955.
Para o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, a economia mundial conseguiu impedir a "catástrofe absoluta" e os
EUA e a Europa podem até registrar resultados positivos no
segundo semestre. "Eu não ficarei surpreso em ver o comércio mundial se estabilizar, a
produção industrial global se
estabilizar e começar a crescer
daqui a dois meses."
O economista americano, no
entanto, faz ressalvas: "De certa forma, nós já podemos ter
passado pelo pior, mas existe
uma grande diferença entre estabilização e realmente recuperar o terreno perdido".
Com agências internacionais
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