|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Plano do banco
depende de aval
de conselho
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA
A apreciação do plano estratégico do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
é uma das missões estatutárias do seu conselho de administração, apesar de o
banco não ser uma sociedade anônima.
No texto que resume as
"atribuições do conselho"
existente no site do banco na
internet, está escrito que, entre outras tarefas, o conselho
"examina e aprova, por proposta do presidente do banco, as políticas gerais e programas de atuação de longo
prazo". O plano estratégico
nada mais é do que as linhas
mestras de um programa de
atuação de longo prazo.
A nova evidência das divergências entre o presidente do BNDES, Carlos Lessa, e
o seu chefe, o ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, começou justamente com uma carta de
Furlan reclamando do fato
de o plano estratégico para o
período 2004/2007 não ter
sido submetido ao conselho
de administração do banco.
Embora interprete que,
por não ser uma S.A., o banco não está obrigado a fazê-lo, a direção do BNDES, segundo a Folha apurou, argumenta que o plano não foi
apresentado ao conselho
porque não está pronto, o
que só deverá ocorrer em
novembro. Quando ficar, será apresentado, o que não
significa dizer submetido.
Como Lessa respondeu a
Furlan, a direção do BNDES
considera que a vinculação
do banco ao Ministério do
Desenvolvimento não significa uma subordinação.
A idéia é que, caso tenha
que agir como simples departamento do ministério, o
banco não terá a autonomia
necessária para se relacionar
com as várias áreas do governo no exercício da tarefa
de promover o desenvolvimento econômico e social.
Para aqueles que circulam
pelo 19º andar da sede do
BNDES, onde está instalada
sua direção, tanto é verdade
que o banco tem vida própria que seu presidente e diretores são escolhidos diretamente pelo presidente da
República. Historicamente,
embora vinculado a um ministério, o BNDES sempre
agiu com um elevado grau
de autonomia.
Lessa
Em Teresina (PI), Carlos
Lessa afirmou ontem que a
diretoria do banco tem autonomia para adotar medidas
que achar convenientes.
"Na minha interpretação,
a diretoria do BNDES é responsável pelas decisões que
o banco assumir. Se alguma
coisa der errado, nós seremos responsabilizados judicialmente. Por isso temos
autonomia", afirmou o presidente do BNDES.
Questionado sobre se teve
atrito com Furlan, Lessa disse que não há nenhuma interferência do ministro. "Ele
[Furlan] é presidente do
conselho [de administração
do banco] e quer apenas
participar." Sobre a afirmação feita pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva
-de que o "o BNDES é subordinado ao Ministério do
Desenvolvimento"-, Lessa
disse: "Não tenho nada a declarar sobre isso".
Ele também informou que
o planejamento estratégico
do banco levará ainda seis
meses para ficar concluído.
"Quando estiver ponto, terá
que ser submetido à decisão
do presidente, do Ministério
do Planejamento e do ministério da minha área."
Texto Anterior: Mercado de capitais: BNDES cria fundo para pequeno investidor Próximo Texto: Derivados: Petrobras paga US$ 450 mi pela Agip no país Índice
|