São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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China terá de aceitar corte de 28%, diz Agnelli

DA SUCURSAL DO RIO

Em meio à mais dura negociação de preço dos últimos anos, a Vale crê que o desconto de 28,2% estabelecido pela companhia em contratos com siderúrgicas da Ásia e da Europa já se consagrou como uma referência de mercado e deve ser aceito pelas usinas chinesas que fecharem contratos de longo prazo com a mineradora.
Para Roger Agnelli, presidente da Vale, o novo preço de referência para o minério já foi fixado e todos os contratos seguirão o mesmo padrão -inclusive os da China.
Em queda de braço com a Vale, as siderúrgicas chinesas querem um deságio maior no preço do minério de ferro. Alegam que o cenário atual de demanda permite uma redução de até 45% ante o valor fixado em 2008 -quando o mercado estava bastante aquecido.
De sua parte, a Vale defende o atual modelo de reajuste -pelo qual o primeiro grande contrato firmado entre uma mineradora e uma siderúrgica referencia todos os demais. Já a China quer uma mudança e cada vez mais compra minério sem contrato, no mercado chamado spot, para entrega imediata e com pagamento à vista.
Diante do impasse, Roger afirmou que não há um prazo estabelecido para a conclusão das tratativas com as siderúrgicas chinesas -as maiores clientes da Vale, que responderam por 43% de todas as vendas da mineradora brasileira no primeiro trimestre deste ano. A negociação, diz, obedece ao "timing" delas, e não ao da Vale.
Agnelli disse ainda que a Vale já negocia cargas de oportunidade (sem contrato, no mercado spot) com as usinas chinesas, mas prefere o atual sistema de preço de referência.
Segundo o executivo, o atual modelo dá mais estabilidade e previsibilidade ao mercado, que ficou "nervoso" desde o ano passado, quando surgiu a ideia de fomentar o mercado à vista de minério de ferro e criar um índice para corrigir o preço do produto. Ambos são defendidos pela China. (PS)


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