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TRABALHO
Queda no número de pessoas que procuram vaga faz índice recuar em junho
Desânimo derruba desemprego
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Pesquisa Mensal de Emprego
do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
de junho apontou queda no desemprego tanto na comparação
com o mês anterior como com o
mesmo mês do ano passado. A taxa foi de 6,4%, abaixo dos 6,9% de
maio e dos 7,4% de junho do ano
passado.
A taxa de desemprego foi a menor para um mês de junho desde
1997, quando havia sido de 6,1%.
Todos esses dados parecem, à
primeira vista, positivos. Mas eles
escondem que o desemprego está
em queda porque o número de
pessoas que deixaram de procurar emprego cresceu vertiginosamente desde outubro de 2000.
Abrigado no conceito batizado
de não-PEA (População Não Economicamente Ativa) pelo IBGE, o
número de pessoas que desistiram de procurar trabalho subiu
6,1% em junho, ante igual período
de 2000. Em maio e abril, havia
crescido ainda mais: 7,1% e 7,3%,
respectivamente.
Em junho do ano passado, o total da população em idade ativa (a
partir de 15 anos) que estava fora
do mercado de trabalho havia caído 0,2% ante o mesmo mês de
1999. A tendência de queda se manifestou até setembro do ano passado (-1%). A taxa chegou a cair
2,4% em maio do mesmo ano.
Para Caroline Silveira, economista da Tendências Consultoria,
o ano passado foi muito bom para
a criação de novas vagas, o que estimulou as pessoas a buscar emprego. Mas esse movimento não
se repetiu neste ano.
"Menos pessoas procuraram
emprego em julho por puro desalento com a situação econômica
do país devido à crise de energia.
Não porque a renda familiar aumentou, o que deixaria alguns
membros da família mais tranquilos, sem a necessidade de buscar uma nova colocação."
Segundo o IBGE, o rendimento
médio do trabalhador caiu 1,3%
em maio na comparação com
abril. Em relação a maio de 2000, a
queda foi de 3,4%.
Os excluídos da PEA (População Economicamente Ativa) são
os que responderam ao IBGE que
não estão procurando trabalho há
mais de uma semana. Inclui os
aposentados.
Para Shyrlene Ramos de Souza,
economista do IBGE, "a não-PEA
vem crescendo significativamente, a taxas elevadas".
Ela disse que a piora do mercado de trabalho, que vive ainda
uma desaceleração no crescimento do pessoal ocupado, é reflexo
dos seguidos aumentos de juros,
da mudança de patamar do câmbio e das crises de energia e da Argentina.
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