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TRABALHO
Pesquisa da Seade e Dieese mostra que 80 mil vagas foram abertas em junho; rendimento ficou estável em maio
Desemprego cai pelo 2º mês seguido em SP
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de desemprego caiu pelo
segundo mês consecutivo na região metropolitana de São Paulo e
passou de 19,7% da população
economicamente ativa em maio
para 18,8% em junho.
A redução é a segunda maior
verificada para o mês de junho
desde 86, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade
e Dieese. O total de desempregados é de 1,769 milhão de pessoas.
Apesar de o desemprego ter caído nos últimos dois meses, na
comparação de junho com igual
mês de 2001, a taxa cresceu - de
17,5% para 18,8%. Ou seja, aumentou em 157 mil pessoas o número de desempregados. As demissões ocorreram principalmente na construção civil e nos
serviços domésticos -juntos
perderam 32 mil vagas no ano.
A principal explicação para a
queda do desemprego no mês
passado foi a criação de 80 mil vagas -a maior parte para assalariados sem carteira assinada e autônomos. Esse é o terceiro mês
consecutivo em que há aumento
do nível de ocupação na região
metropolitana de São Paulo.
O setor de serviços foi responsável pela criação de 65 mil postos, e
a indústria, 38 mil. As atividades
industriais com maior crescimento foram alimentação, químico
(álcool) -impulsionados pela safra agrícola- e metalmecânico.
No comércio, foram fechadas 18
mil vagas. Também houve redução de 5.000 postos nos serviços
domésticos e na construção civil.
"A queda na renda e os juros
elevados, dificultando o crédito,
explicam esse corte de vagas no
comércio", disse Paula Montagner, gerente da Fundação Seade.
A pesquisa mostra também que
o desemprego diminuiu para todos os segmentos estudados, com
destaque para os chefes de família
(-6,8%) e homens (-5,3%) na
comparação de maio e junho.
"Houve sinais de recuperação
em junho, mesmo com todas as
turbulências do mercado financeiro. Mas os postos criados mostram a precarização do mercado
de trabalho, com vagas sem carteira assinada", disse Wilson
Amorim, coordenador técnico do
Dieese. Do total de 80 mil vagas
abertas, apenas 17 mil foram com
carteira assinada.
O rendimento médio dos ocupados ficou estável na comparação de abril e maio -R$ 842.
Mas, na comparação de maio com igual mês de 2001, a queda nos rendimentos foi de 7,6%. No comércio, a diminuição foi ainda maior -16,7%, o rendimento
médio caiu de R$ 772 para R$ 601.
O tempo de procura por trabalho, que havia caído em maio para
49 semanas, voltou a crescer em junho -passou para 50 semanas.
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