São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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TRABALHO

Pesquisa da Seade e Dieese mostra que 80 mil vagas foram abertas em junho; rendimento ficou estável em maio

Desemprego cai pelo 2º mês seguido em SP

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de desemprego caiu pelo segundo mês consecutivo na região metropolitana de São Paulo e passou de 19,7% da população economicamente ativa em maio para 18,8% em junho.
A redução é a segunda maior verificada para o mês de junho desde 86, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e Dieese. O total de desempregados é de 1,769 milhão de pessoas.
Apesar de o desemprego ter caído nos últimos dois meses, na comparação de junho com igual mês de 2001, a taxa cresceu - de 17,5% para 18,8%. Ou seja, aumentou em 157 mil pessoas o número de desempregados. As demissões ocorreram principalmente na construção civil e nos serviços domésticos -juntos perderam 32 mil vagas no ano.
A principal explicação para a queda do desemprego no mês passado foi a criação de 80 mil vagas -a maior parte para assalariados sem carteira assinada e autônomos. Esse é o terceiro mês consecutivo em que há aumento do nível de ocupação na região metropolitana de São Paulo.
O setor de serviços foi responsável pela criação de 65 mil postos, e a indústria, 38 mil. As atividades industriais com maior crescimento foram alimentação, químico (álcool) -impulsionados pela safra agrícola- e metalmecânico. No comércio, foram fechadas 18 mil vagas. Também houve redução de 5.000 postos nos serviços domésticos e na construção civil.
"A queda na renda e os juros elevados, dificultando o crédito, explicam esse corte de vagas no comércio", disse Paula Montagner, gerente da Fundação Seade.
A pesquisa mostra também que o desemprego diminuiu para todos os segmentos estudados, com destaque para os chefes de família (-6,8%) e homens (-5,3%) na comparação de maio e junho.
"Houve sinais de recuperação em junho, mesmo com todas as turbulências do mercado financeiro. Mas os postos criados mostram a precarização do mercado de trabalho, com vagas sem carteira assinada", disse Wilson Amorim, coordenador técnico do Dieese. Do total de 80 mil vagas abertas, apenas 17 mil foram com carteira assinada.
O rendimento médio dos ocupados ficou estável na comparação de abril e maio -R$ 842. Mas, na comparação de maio com igual mês de 2001, a queda nos rendimentos foi de 7,6%. No comércio, a diminuição foi ainda maior -16,7%, o rendimento médio caiu de R$ 772 para R$ 601.
O tempo de procura por trabalho, que havia caído em maio para 49 semanas, voltou a crescer em junho -passou para 50 semanas.



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