São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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Bovespa cai 2,46% com pessimismo nos EUA

Ações de bancos lideram perdas; no mês, Bolsa de SP recua 8,45%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana não começou nada bem para o mercado acionário. Quedas nas Bolsas marcaram os pregões de ontem no Brasil, nos EUA e na Europa. A Bolsa de Valores de São Paulo, que ensaiou uma recuperação na semana passada, encerrou ontem com perdas de 2,46%.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, registrou queda de 2,08%; a Nasdaq terminou com baixa de 2,03%.
Em Wall Street, os investidores começaram o dia desanimados com a seguradora AIG, que teve sua previsão de lucro rebaixada pelo banco Credit Suisse. As ações da AIG tiveram perdas de 5,49%.
Outra queda expressiva foi a sofrida pelos papéis do Lehman Brothers, que recuaram 6,66%. Declarações de um representante da comissão de serviços financeiros da Coréia do Sul levantaram dúvidas em relação à possibilidade, surgida na sexta-feira, de um banco do país asiático comprar o fragilizado Lehman Brothers.
Ações de outros bancos não foram poupadas, como mostra o fechamento de Bank of America (-4,14%), JPMorgan (-4,09%) e Citigroup (-2,92%).
A divulgação do recuo nos valores dos imóveis nos EUA foi outra notícia recebida com pessimismo no mercado, que aguarda sinais de recuperação do setor imobiliário.
No mercado brasileiro, os bancos também recuaram. Mas foi principalmente a queda das ações da Petrobras que fez o índice Ibovespa recuar para 54.477 pontos. Com essa pontuação, o Ibovespa passou a ter perdas de 8,45% no mês. O baixo volume negociado na Bolsa ilustra o desânimo do investidor: ontem foram movimentados apenas R$ 2,58 bilhões, sendo que a média anual por pregão supera os R$ 6 bilhões.
Nem a alta de 0,45% registrada pelo barril de petróleo, que fechou ontem a US$ 115,11 em Nova York, deu ânimo à Petrobras, cujas ações recuaram 4,19% (PN) e 3,38% (ON).
Além da continuidade no movimento de venda de ações conduzido pelos estrangeiros, que são grandes compradores dos papéis da empresa, as indecisões do governo em relação às futuras explorações das reservas do pré-sal têm prejudicado a Petrobras, afirmam analistas.
No setor bancário, as quedas não foram pequenas: Itaú PN perdeu 3,16%, seguida por Banco do Brasil ON (-3,10%), Unibanco UNT (-2,74%) e Bradesco PN (-2,23%).
Fora do índice Ibovespa, destaque para as perdas fortes dos papéis de Agrenco (-15,15%) e Laep (-17,36%).
Com a piora do cenário nos mercados internacionais, o dólar subiu diante do real, 0,31%, para encerrar a R$ 1,633.
A agenda carregada dos próximos dias tende a fazer com que a semana seja de bastante oscilação nos mercados financeiros. A divulgação da ata da última reunião do Fed (o banco central dos EUA), na tarde de hoje, é o evento mais aguardado por analistas e investidores. O documento dará sinais sobre o futuro da política monetária.


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