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Elétricas ganham aval para oferecer internet
Aneel aprova utilização da rede de energia para tráfego do sinal de internet e TV paga a ser comercializado pelas distribuidoras
Concessionárias terão de
pedir licença à Anatel para
operar telecomunicações;
AES Eletropaulo, Copel e
Cemig já têm interesse
DA REPORTAGEM LOCAL
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) aprovou ontem a utilização do PLC (Power
Line Communications), uma
tecnologia que permite a transmissão do sinal da internet em
alta velocidade pelos fios por
onde passa a energia. Essa tecnologia também permite a
oferta de TV paga.
Para vender acesso à internet
pela rede elétrica, as distribuidoras terão de abrir uma subsidiária de telecomunicações. Isso porque, pela regulamentação do setor elétrico, as concessionárias não podem gerar receita a não ser pelo fornecimento de energia. Ainda que
gerassem, teriam de repassá-la
integralmente para abater no
preço da tarifa de energia.
Para escapar, elas terão de
pedir licença à Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) para prestar serviços de
telecomunicações. Espera-se,
portanto, uma proliferação das
"telelétricas". A Folha apurou
que há pelo menos uma dezena
de pedidos de licença na Anatel. AES Eletropaulo, Copel e
Cemig já atuam nesse ramo e
esperavam o aval da Aneel para
lançar o PLC em larga escala.
Para as teles tradicionais, essa tecnologia pode ser uma alternativa para reduzir seus investimentos.
Motivo: a partir
de agora, abre-se caminho para
que elas aluguem infraestrutura das "telelétricas", hoje presente em 98% dos domicílios.
Atualmente, as teles investem para levar suas redes à sede de todos os municípios brasileiros, uma meta imposta pela Anatel e que deve ser cumprida até 2010. Para essas operadoras, levar essa rede a todos
as cidades do país é um problema, porque elas têm interesse
comercial em 62% dessas localidades. Por isso, a tecnologia
PLC surge como alternativa.
Para o consumidor
Com o PLC, o consumidor
poderá ter a internet banda larga diretamente na tomada de
sua residência. Nela, bastará
instalar um equipamento fornecido pelas "telelétricas", que
vai separar o sinal elétrico do
sinal da internet.
Esse equipamento também
espalhará o sinal da internet
pela residência do assinante,
permitindo conexões sem fio
por meio de notebooks ou
smartphones (celulares que se
conectam à internet).
A exemplo do consumo de
energia, cobrado pelo uso, o
consumidor pagará apenas pelo tanto de internet que acessar. Estima-se que o preço da
internet via PLC será 50% menor que os pacotes das teles
convencionais, e a velocidade
média garantida até dez vezes
maior, cerca de 10 Mbps.
O uso da tecnologia deve beneficiar principalmente locais
onde a internet de alta velocidade ainda não chega -pois as
redes de energia elétrica estão
em quase todo o país.
Futuramente, as distribuidoras de energia também planejam trocar os atuais medidores
de energia nas residências por
outros "inteligentes". Quando
isso ocorrer, elas poderão monitorar o gasto de todos os equipamentos de seus clientes, como os eletrodomésticos, para
recomendar consertos e até
programar tarifas especiais para quem economizar em determinados horários. Para o cliente será possível até desligar
uma lâmpada via internet.
Colaborou LORENNA RODRIGUES , da Folha
Online, em Brasília
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