|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bovespa cede 0,61%, após queda nas commodities
Nos EUA, Bolsas subiram;
dólar termina a R$ 1,857
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário internacional tranquilo não conseguiu segurar a
Bovespa em terreno positivo. O
resultado de ontem foi de baixa
de 0,61%, o que levou a Bolsa de
Valores de São Paulo a encerrar
aos 57.421 pontos.
A apresentação de dados econômicos favoráveis nos Estados Unidos não gerou euforia
suficiente para elevar o apetite
pelas ações brasileiras. Em
meio à expressiva valorização
acumulada pela Bolsa de Valores local, muitos investidores
preferiram vender ações e embolsar os ganhos recentes.
Nos EUA, o mercado acionário teve um dia melhor: o índice
Dow Jones subiu 0,32%, e a
Bolsa eletrônica Nasdaq terminou com alta de 0,31%.
Dentre os dados animadores
apresentados ontem nos EUA,
destaque para a elevação na
confiança do consumidor e o
aumento nos preços dos imóveis residenciais em junho. Ao
mercado também agradou a
continuidade de Ben Bernanke
na presidência do Fed (o BC
dos EUA) -leia à pág. B10.
Na Europa, houve alta de
0,42% na Bolsa de Londres, e
de 0,68% em Frankfurt.
Jayme Alves, analista da corretora Spinelli, avalia que o resultado do mercado brasileiro
ontem não chega a surpreender. "A Bolsa tem vindo muito
forte neste ano e atingiu um nível em que fica mais sujeita a
realizações de lucros [vendas
para embolsar ganhos]", diz.
No mês, o índice Ibovespa,
composto pelas 64 ações mais
negociadas, ainda acumula forte alta de 4,85%. No acumulado
do ano, computa ganho de
52,92%. Na segunda-feira, a
Bolsa brasileira fechou aos
57.775 pontos, o maior nível
desde julho de 2008.
"O atual patamar elevado limita um pouco o apetite para
grandes compras de ações. Mas
não vemos uma pressão vendedora por enquanto", diz Alves.
A queda das commodities
ontem prejudicou o desempenho da Bovespa. Isso porque há
uma elevada dependência de
muitas de suas grandes companhias -como Petrobras, Vale e
Gerdau- da oscilação nos preços das matérias-primas no
mercado internacional.
O petróleo, que havia retornado a seus mais elevados patamares em 10 meses, sofreu depreciação de 3,12% ontem, vendido a US$ 72,05.
Os papéis preferenciais da
Petrobras, que lideraram as negociações no dia, terminaram
em baixa de 0,5%.
Resultados desapontadores
anunciados por empresas chinesas esquentaram as preocupações com a economia do país,
derrubando as commodities. A
Bolsa de Xangai caiu 2,6%.
No segmento de siderurgia e
mineração, a maioria das ações
recuou na Bovespa: Gerdau PN
teve baixa de 2,13%, seguida
por CSN ON, que perdeu 1,71%,
Usiminas PNA (-1,49%) e Vale
PNA (-0,59%).
No topo das quedas do Ibovespa apareceu a ação preferencial da Gol, que sofreu depreciação de 7,71%. A companhia aérea anunciou que irá fazer uma oferta de ações, que
pode chegar a R$ 650 milhões.
No lista das que mais subiram apareceu a ação do Itaú
Unibanco. Ainda em reflexo ao
anúncio da associação com a
Porto Seguro, a ação do maior
banco privado do país ganhou
1,24%. O papel ON da Porto Seguro registrou alta de 0,34%.
Câmbio pressionado
O dólar abriu as operações de
ontem em baixa, e chegou a ser
negociado a R$ 1,828. Mas acabou por reverter a tendência
com a queda das commodities e
da Bovespa. No fim do dia, o dólar marcava R$ 1,857 para venda, o que representou apreciação de 0,65%. No mês, a queda
acumulada pela moeda está
agora em apenas 0,43%.
Texto Anterior: Elétricas ganham aval para oferecer internet Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|