São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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Bovespa cede 0,61%, após queda nas commodities

Nos EUA, Bolsas subiram; dólar termina a R$ 1,857

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário internacional tranquilo não conseguiu segurar a Bovespa em terreno positivo. O resultado de ontem foi de baixa de 0,61%, o que levou a Bolsa de Valores de São Paulo a encerrar aos 57.421 pontos.
A apresentação de dados econômicos favoráveis nos Estados Unidos não gerou euforia suficiente para elevar o apetite pelas ações brasileiras. Em meio à expressiva valorização acumulada pela Bolsa de Valores local, muitos investidores preferiram vender ações e embolsar os ganhos recentes.
Nos EUA, o mercado acionário teve um dia melhor: o índice Dow Jones subiu 0,32%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq terminou com alta de 0,31%.
Dentre os dados animadores apresentados ontem nos EUA, destaque para a elevação na confiança do consumidor e o aumento nos preços dos imóveis residenciais em junho. Ao mercado também agradou a continuidade de Ben Bernanke na presidência do Fed (o BC dos EUA) -leia à pág. B10.
Na Europa, houve alta de 0,42% na Bolsa de Londres, e de 0,68% em Frankfurt.
Jayme Alves, analista da corretora Spinelli, avalia que o resultado do mercado brasileiro ontem não chega a surpreender. "A Bolsa tem vindo muito forte neste ano e atingiu um nível em que fica mais sujeita a realizações de lucros [vendas para embolsar ganhos]", diz.
No mês, o índice Ibovespa, composto pelas 64 ações mais negociadas, ainda acumula forte alta de 4,85%. No acumulado do ano, computa ganho de 52,92%. Na segunda-feira, a Bolsa brasileira fechou aos 57.775 pontos, o maior nível desde julho de 2008.
"O atual patamar elevado limita um pouco o apetite para grandes compras de ações. Mas não vemos uma pressão vendedora por enquanto", diz Alves.
A queda das commodities ontem prejudicou o desempenho da Bovespa. Isso porque há uma elevada dependência de muitas de suas grandes companhias -como Petrobras, Vale e Gerdau- da oscilação nos preços das matérias-primas no mercado internacional.
O petróleo, que havia retornado a seus mais elevados patamares em 10 meses, sofreu depreciação de 3,12% ontem, vendido a US$ 72,05.
Os papéis preferenciais da Petrobras, que lideraram as negociações no dia, terminaram em baixa de 0,5%.
Resultados desapontadores anunciados por empresas chinesas esquentaram as preocupações com a economia do país, derrubando as commodities. A Bolsa de Xangai caiu 2,6%.
No segmento de siderurgia e mineração, a maioria das ações recuou na Bovespa: Gerdau PN teve baixa de 2,13%, seguida por CSN ON, que perdeu 1,71%, Usiminas PNA (-1,49%) e Vale PNA (-0,59%).
No topo das quedas do Ibovespa apareceu a ação preferencial da Gol, que sofreu depreciação de 7,71%. A companhia aérea anunciou que irá fazer uma oferta de ações, que pode chegar a R$ 650 milhões.
No lista das que mais subiram apareceu a ação do Itaú Unibanco. Ainda em reflexo ao anúncio da associação com a Porto Seguro, a ação do maior banco privado do país ganhou 1,24%. O papel ON da Porto Seguro registrou alta de 0,34%.

Câmbio pressionado
O dólar abriu as operações de ontem em baixa, e chegou a ser negociado a R$ 1,828. Mas acabou por reverter a tendência com a queda das commodities e da Bovespa. No fim do dia, o dólar marcava R$ 1,857 para venda, o que representou apreciação de 0,65%. No mês, a queda acumulada pela moeda está agora em apenas 0,43%.


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