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INTERNET
Operadora inaugura projeto no interior, mas pode ampliá-lo para todo o Estado; ligação terá desconto de 15%
Telefônica lança provedor gratuito em SP
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telefônica decidiu ontem deflagrar um projeto-piloto de descontos de 15% nos preços das ligações telefônicas de usuários a
provedores de internet, a fim de
aumentar sua receita geral.
A região de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo, foi
escolhida pela companhia, que resolveu também inaugurar no próximo domingo um provedor de
internet gratuito, o iTelefônica, no
mesmo local.
As duas iniciativas poderão ser
estendidas para todo o Estado de
São Paulo em 2003, dependendo
dos resultados. A Telefônica tem
planos também para lançar um
preço de tarifa fixa mensal para
usuários mais assíduos da rede
mundial de computadores e que
utilizam as linhas telefônicas para
a navegação.
"O preço deve variar de R$ 15 a
R$ 25", afirmou Manoel Amorim,
diretor-geral da Telefônica.
Tentativa frustada
Essa não é a primeira vez que o
grupo Telefônica decide criar um
provedor gratuito de internet. Em
2000, seu provedor pago Terra
lançou o provedor gratuito Terra
Livre. A empresa, que atendia 18
cidades paulistas, não trouxe, no
entanto, bons resultados para o
conglomerado naquela época.
"Estamos lançando esse projeto
de provedor gratuito agora porque operadoras concorrentes que
têm serviços desse tipo acabam
recebendo dinheiro da Telefônica", disse Amorim.
A preocupação da Telefônica
está relacionada a tarifas de interconexão que precisa pagar a provedores de internet gratuita, como o iG, da Telemar.
Os usuários do iG no Estado de
São Paulo utilizam a rede da Telefônica até chegar ao provedor da
operadora, que tem sede no Rio
de Janeiro.
"Pelas regras da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações", temos que pagar à Telemar
e outras operadoras que têm provedores gratuitos uma taxa de interconexão pelas chamadas originadas no Estado de São Paulo.
Não nos interessa perder essa receita", disse Amorim.
Interconexão
Segundo o executivo, operadoras concorrentes têm criado provedores de internet gratuitos interessadas justamente na receita
proveniente dos gastos com impulsos telefônicos para a navegação na rede-o que inclui as taxas
de interconexão de acesso à internet pagas por outras operadoras
de telefonia.
"A Telefônica entende que a internet gratuita não dá lucro, mas
não pretendemos ficar parados
enquanto outras operadoras obtiverem receitas de nossos clientes", afirmou Amorim.
Segundo o executivo, caso a
Anatel mude as regras de pagamento pela interconexão de chamadas para provedores de outras
operadoras, a Telefônica suspenderá seu projeto de internet gratuita. "Isso não quer dizer que estejamos pressionando a agência a
tomar uma atitude."
Segundo Amorim, com as novas medidas para estimular o uso
da internet, como os descontos de
15% nas ligações para provedores
e a tarifa única mensal de navegação com uso de linhas telefônicas,
a Telefônica poderá elevar em
cerca de 10% sua receita com os
navegadores da internet.
"Na Espanha, medidas de estímulo ao uso da telefonia chegaram a elevar a receita em 100%", disse Amorim. A Telefônica Assist, subsidiária da Telefônica, será a responsável pelo provimento do acesso gratuito à internet.
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