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Turbulência diminui empréstimo em agosto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O volume de crédito concedido pelos bancos recuou pela primeira vez no ano em agosto. No mês passado, o total de empréstimos ficou em R$ 213 bilhões, contra R$ 208 bilhões em julho.
A queda foi maior nos financiamentos obtidos pelas empresas, que caíram de R$ 137 bilhões para R$ 132 bilhões. Entre pessoas físicas, o volume de crédito concedido pelos bancos ficou estável.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, a queda se deve às turbulências do mercado financeiro, que deixaram as empresas mais cautelosas. Diante das incertezas, muitas companhias teriam preferido adiar seus planos de investimento, o que reduziu a procura por crédito.
Além disso, a redução nos empréstimos para empresas foi influenciada pela queda de 11,85%
do dólar em agosto. Muitas operações de crédito -em especial o
financiamento às exportações-
são calculadas em dólar. Por isso a
queda na cotação da moeda contribuiu para que o volume de crédito, em reais, diminuísse.
O governo tem tentado, sem sucesso, estimular o crescimento
dos empréstimos bancários no
país. Um dos objetivos seria elevar a proporção entre crédito e
PIB para níveis próximos de países como o Chile, onde essa relação está perto dos 60%. No Brasil,
está em 26%.
Ainda em relação aos empréstimos concedidos pelos bancos, os
juros cobrados nessas operações
registraram uma pequena elevação no mês passado. A taxa média
passou de 62,6% para 62,9% ao
ano. O aumento foi mais pronunciado nos empréstimos a pessoas
físicas. Nesse caso, os juros passaram de 74,9% para 75,3% ao ano.
O principal motivo do aumento
dos juros foi o crescimento do
chamado "spread" bancário, que
é a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro
no mercado e o que é cobrado dos
clientes nos empréstimos. Na prática, equivale ao ganho dos bancos nas operações de crédito.
Assim, dos juros médios de 62,9% ao ano cobrado pelos bancos, 39,5 pontos percentuais equivalem ao "spread".
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