|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estúdios querem TV digital "protegida"
Produtores podem não vender conteúdo a emissoras no Brasil se não houver mecanismo antipirataria
PAULA LEITE
DA REDAÇÃO
Os estúdios de Hollywood estão se preparando para combater a pirataria no Brasil em uma
nova frente: a TV digital.
O presidente da MPAA (Motion Picture Association of
America, que reúne os seis
maiores estúdios dos EUA),
Bob Pisano, disse que a associação está conversando com
emissoras de TV, como Globo e
SBT, e com possíveis fabricantes da "set-top box" (caixinha
de conversão, que permitirá ver
TV digital em televisores normais) para evitar que o sinal digital fique desprotegido.
Pela avaliação da MPAA, os
produtores de conteúdo, como
os estúdios, podem até mesmo
parar de vender conteúdo às
TVs brasileiras se não houver
codificação do sinal para evitar
a pirataria.
"Nós não favorecemos um ou
outro padrão da TV digital. Estamos preocupados com a proteção do conteúdo. Sem a proteção, qualquer um com um
computador se torna um retransmissor internacional",
disse Pisano.
TV na internet
Ele se refere ao fato de que
seria fácil ligar a saída digital de
uma "caixinha" ou de um televisor digital ao computador,
gravar um programa que está
passando na TV e colocá-lo na
internet.
De acordo com Steve Solot,
vice-presidente da MPA (Motion Picture Association, braço
internacional da MPAA) para a
América Latina, os estúdios estão fazendo sugestões às emissoras, a fabricantes e ao Ministério das Comunicações sobre
como usar a tecnologia de codificação na TV digital.
Pisano diz, porém, que a tecnologia de proteção da TV digital não impedirá o telespectador de gravar um programa para uso pessoal, desde que o conteúdo não seja distribuído.
Downloads
O presidente da MPA disse
também que os estúdios têm
que agir mais rapidamente para satisfazer o desejo do consumidor por filmes em vários formatos -como downloads para
assistir no computador ou em
aparelhos portáteis e DVDs para ver no home theater.
"As pessoas que fazem filmes
têm que perceber que o download [legal] tem que estar disponível o quanto antes", disse
Pisano, que acrescentou que a
penetração da banda larga em
uma determinada região ou
país vai definir se haverá oferta
de download legal de filmes.
"O problema é que, quando o
fator novidade passar, quem vai
querer assistir a um filme na tela pequena do computador?
Talvez a tela do computador
passe a servir para assistir a
programas curtos, como vídeos
de música, comédia ou notícias,
e o home theater, para assistir a
filmes", afirmou Pisano.
Ele acrescentou que, no Brasil, algumas pessoas do setor
querem tornar obrigatória a
"janela" entre a estréia do filme
no cinema e o lançamento em
DVD. "Mas os piratas não respeitam isso. Temos que fazer
com que a experiência no cinema seja tão superior que as pessoas queiram ir."
Texto Anterior: Tabagismo é considerado doença crônica, e cresce a relação de malefícios Próximo Texto: Mineração: Inco recomenda a acionistas oferta de US$ 17,7 bi da Vale Índice
|