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"Múlti" aposta na demanda e investe em produção de etanol
DA BLOOMBERG
O Noble Group, que responde por cerca de 10% das exportações de etanol a partir do Brasil, deve começar a investir em
unidades produtoras do combustível no país para tirar proveito da previsão de aumento
da demanda mundial.
"Queremos ser um participante de peso no mercado
mundial de etanol", disse Ricardo Leiman, diretor operacional do Noble Group que trabalha em Hong Kong. Segundo
ele, a oportunidade no Brasil alcança todos os mercados internacionais do combustível.
O Brasil, o maior produtor
mundial de açúcar e etanol, informou no mês passado que o
preço do combustível subiu
20% nos últimos 12 meses. Investidores como Bill Gates estão despejando milhões de dólares em empresas produtoras
de biocombustíveis devido ao
otimismo gerado pela possível
alta da demanda por combustíveis alternativos.
"A demanda por etanol só aumentará quando houver vários
países tentando se livrar dos
combustíveis fósseis produzidos em regiões instáveis", disse
Roger Groebli, chefe do setor
de pesquisa de participações do
ABN Amro em Cingapura, que
detém ações do Noble Group
em sua carteira pessoal. "Eu
acredito na visão do Noble e
que, de médio a longo prazo, essa é uma estratégia bastante sólida para abocanhar participação de mercado."
O Noble Group pretende
abocanhar uma participação
maior no comércio de produtos
como o minério de ferro e o cacau à medida que o crescimento econômico da Ásia, puxado
pela China, estimule a demanda por commodities.
Otimismo
A valorização dos projetos de
etanol no Brasil se "estabilizou" após a queda recente nos
preços do combustível e do
açúcar. Mas mesmo o declínio
dos preços do petróleo bruto
não arrefeceu o otimismo do
Noble Group em relação ao etanol, disse Leiman.
A demanda mundial por etanol registrará crescimento de
51%, passando a 54,5 milhões
de toneladas até 2010. Os EUA
se manterão como os maiores
consumidores do produto, com
26,6 milhões de toneladas por
ano, afirmou Leiman.
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