São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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Wal-Mart entra no varejo on-line na próxima quarta

Rede lança site com 11 categorias de produtos, totalizando mais de 10 mil itens

Varejista promete ter os preços mais baixos; até o final deste ano, Carrefour e Casas Bahia também devem ter vendas pela internet

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

O comércio on-line ganha um varejista de peso a partir da próxima quarta-feira. O Wal-Mart, terceira maior rede supermercadista do país, lança seu site com 11 categorias de não-alimentos (informática, jogos, eletrônicos, beleza & saúde, telefonia, brinquedos, eletrodomésticos, esporte & lazer, cine & foto, relógios e eletroportáteis), totalizando mais de 10 mil itens à venda.
"Teremos os melhores preços dentro do canal de comércio eletrônico", afirma o presidente da empresa no Brasil, Héctor Núñez, sem divulgar a meta de participação no faturamento total da rede.
Apesar da crise financeira, Núñez diz que está otimista com a economia brasileira e vai continuar com os planos de expansão. "Esperamos ter o melhor Natal da nossa história."
Duas outras marcas da multinacional terão domínios próprios (www.bompreco. com.br e www.big.com.br), que serão redirecionados para o endereço www.walmart. com.br. O site vai permitir buscas refinadas, com vários parâmetros simultaneamente, criticar os produtos comprados e saber os mais vendidos.
Foram investidos R$ 25 milhões no desenvolvimento do site, mas o valor não inclui a logística, que foi terceirizada à Total Express. Com isso, as entregas serão feitas em todos os Estados -até naqueles em que a empresa não tem lojas. Além do Brasil, o Wal-Mart tem site nos Estados Unidos, no Reino Unido, no Japão e no México.
Mediante a cobrança de uma taxa extra, os produtos leves (até 10 kg) poderão ser entregues mais rapidamente. Aqueles comprados até as 12h nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro serão recebidos no mesmo dia.
O Grupo Pão de Açúcar lançou serviço semelhante, com garantia de entrega, por exemplo, na cidade de São Paulo, das compras feitas até as 15h, mas sem restrição de peso. A previsão do grupo, segundo no ranking, é mais que dobrar a participação do canal no faturamento deste ano em relação a 2007, quando as vendas virtuais responderam por cerca de 2%.
O líder Carrefour, que deve entrar no comércio on-line até o final deste ano, divulgou nota dizendo apenas que "planeja ampliar em breve sua atuação no Brasil por meio de uma operação e-commerce". A Casas Bahia, maior rede de eletrodomésticos e de móveis do país, mantém a meta de entrar na internet até dezembro.
"A entrada da rede vai trazer uma carteira [de clientes] muito forte, principalmente das classes C e D", afirma Gerson Rolim, diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. De acordo com a e-bit, empresa especializada no setor, a previsão é ampliar o número de consumidores que já fizeram pelo menos uma compra pela internet de 9,5 milhões em 2007 para 13 milhões no final deste ano. A movimentação deve saltar de R$ 6,3 bilhões para R$ 8,5 bilhões.
"Toda vez que uma marca forte no off-line abre um canal na internet, leva novos consumidores", diz Mauricio Salvador, diretor comercial da e-bit, lembrando que as lojas virtuais e as bandeiras de cartão de crédito vêm investindo em tecnologia para aumentar a segurança nas transações. Essa forma de pagamento já é usada em mais de 80% das compras.
Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), as vendas de computadores devem atingir 13 milhões de unidades em 2008, o que representará crescimento de 30% em relação a 2007, que, por sua vez, havia crescido 21% sobre 2006.
O número de pessoas com acesso à internet também vem crescendo nesse patamar. De acordo com o Ibope/NetRatings, 23,7 milhões usaram a internet residencial em julho, número 28% superior ao do mesmo mês do ano anterior.


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