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Clientes não têm garantia, diz advogado
DA SUCURSAL DO RIO
O advogado da Soletur, Eduardo Antônio Kalache, admitiu ontem que os clientes da operadora
"não têm garantias" de que receberão os serviços comprados
"porque dependem de terceiros".
"Cada um só pode responder
por si. Eu posso responder pelo
passado da empresa, pelo futuro
não posso mais responder porque
a operadora já teve a falência
compensada. Quem vai decidir
sobre o futuro desses clientes são
as pessoas que ela (Soletur) contratou."
Ele informou que existe um
"acordo de cavalheiros" entre a
Soletur, companhias aéreas,
agências de viagens e hotéis para
que os contratos sejam realizados.
"Tudo o que tinha que ser feito
em nome da empresa foi feito. Esperamos que aquilo que dependa
da iniciativa de terceiros também
seja acatado, de maneira que os
clientes não sofram maiores
transtornos", completou.
O advogado explicou que as
pessoas que compraram pacotes
da Soletur e já têm a passagem em
mãos podem embarcar. Quem já
está no meio de uma viagem poderá terminar de aproveitá-la e
tem seu retorno garantido.
A Soletur, porém, tem dívidas
com hotéis e empresas de transporte, o que pode prejudicar o
cliente, caso o credor se recuse a
atendê-lo. Ele admite a possibilidade, dizendo que "não há oposição ao acolhimento dos vouchers
das passagens, mas não podemos
responder por terceiros".
Os que adquiriram os roteiros e
receberam só o voucher, sem a
passagem, dependerão de negociação com as companhias aéreas
ou agências de viagem. "Se o voucher foi emitido por outra agência, ele pode tentar negociar o embarque. Se foi emitido pela Soletur, a viagem não poderá ser feita,
porque a empresa não existe mais
e não pode expedir o bilhete."
Quanto às pessoas que parcelaram um pacote ou compraram à
vista, mas ainda não têm documentos em mãos, a empresa é clara: a viagem não se realizará. "As
questões que não estejam materializadas em documento e dependam da emissão de algum papel vão depender da sindicância."
Os valores pagos pelos clientes
que não conseguirem embarcar
só serão ressarcidos na Justiça.
(SABRINA PETRY)
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