São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2001

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Clientes não têm garantia, diz advogado

DA SUCURSAL DO RIO

O advogado da Soletur, Eduardo Antônio Kalache, admitiu ontem que os clientes da operadora "não têm garantias" de que receberão os serviços comprados "porque dependem de terceiros".
"Cada um só pode responder por si. Eu posso responder pelo passado da empresa, pelo futuro não posso mais responder porque a operadora já teve a falência compensada. Quem vai decidir sobre o futuro desses clientes são as pessoas que ela (Soletur) contratou."
Ele informou que existe um "acordo de cavalheiros" entre a Soletur, companhias aéreas, agências de viagens e hotéis para que os contratos sejam realizados.
"Tudo o que tinha que ser feito em nome da empresa foi feito. Esperamos que aquilo que dependa da iniciativa de terceiros também seja acatado, de maneira que os clientes não sofram maiores transtornos", completou.
O advogado explicou que as pessoas que compraram pacotes da Soletur e já têm a passagem em mãos podem embarcar. Quem já está no meio de uma viagem poderá terminar de aproveitá-la e tem seu retorno garantido.
A Soletur, porém, tem dívidas com hotéis e empresas de transporte, o que pode prejudicar o cliente, caso o credor se recuse a atendê-lo. Ele admite a possibilidade, dizendo que "não há oposição ao acolhimento dos vouchers das passagens, mas não podemos responder por terceiros".
Os que adquiriram os roteiros e receberam só o voucher, sem a passagem, dependerão de negociação com as companhias aéreas ou agências de viagem. "Se o voucher foi emitido por outra agência, ele pode tentar negociar o embarque. Se foi emitido pela Soletur, a viagem não poderá ser feita, porque a empresa não existe mais e não pode expedir o bilhete."
Quanto às pessoas que parcelaram um pacote ou compraram à vista, mas ainda não têm documentos em mãos, a empresa é clara: a viagem não se realizará. "As questões que não estejam materializadas em documento e dependam da emissão de algum papel vão depender da sindicância."
Os valores pagos pelos clientes que não conseguirem embarcar só serão ressarcidos na Justiça. (SABRINA PETRY)



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