São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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LIMINAR

Para juiz federal, regionalização poderá lesar o patrimônio público

Justiça veta porto de Santos regional

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Uma medida liminar (provisória) da Justiça Federal suspendeu o processo de regionalização do porto de Santos, o maior do país, cuja administração estava em vias de ser transferida da União para o Estado.
A decisão do juiz Massimo Palazzolo, da 6ª Vara Federal de Santos, atendeu ao pedido do procurador da República André Stefani Bertuol, que moveu ação civil pública com o objetivo de impedir a assinatura do convênio por meio do qual o governo paulista assumiria o controle do porto.
O juiz determinou que as obrigações decorrentes do Convênio de Delegação para Administração e Exploração do Porto Organizado de Santos sejam suspensas, sob pena de os responsáveis pelos órgãos públicos envolvidos ficarem sujeitos a multas diárias de R$ 5.000.
As negociações para a regionalização do porto estavam praticamente concluídas, e o governo federal pretendia anunciar hoje o acordo. Anteontem, em Brasília, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, aprovou o contrato a ser firmado com o Estado, redigido por técnicos dos ministérios do Transporte e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O texto do acordo, enviado para aprovação do governo estadual, não foi divulgado.

Sem detalhes
O procurador Bertuol argumentou na ação que a regionalização vinha sendo negociada sem apresentação pública dos detalhes do processo, em período eleitoral, deixando "a impressão de que a modificação apenas visa manter o controle do porto".
"Há indício de dano fundado, irreparável ou de difícil reparação, pois prevenir é melhor que reparar, proteger é melhor que recompor. Se deixar a lesão se instalar, jamais será reparada completamente", diz o texto da decisão do juiz Palazzolo.
A "lesão" à qual o juiz se refere diz respeito aos possíveis danos ao patrimônio público que, de acordo com a argumentação do procurador, poderiam ser provocados se o governo federal assumisse o passivo de até R$ 730 milhões da atual administradora, a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
A estatal, atual administradora do porto, será extinta para dar lugar a uma nova empresa, controlada pelo governo estadual e com participação das prefeituras de Santos, Guarujá e Cubatão.


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