São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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FINANCIAMENTO

Até setembro, BNDES desembolsou 55% do total

Lessa diz que repassará toda a verba deste ano

DA SUCURSAL DO RIO

Em sua primeira aparição pública desde que sofreu acidente doméstico no qual rompeu o tendão da rótula, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem que o banco irá desembolsar integralmente o orçamento deste ano, de R$ 47,3 bilhões.
De cadeira de rodas desde que foi operado no joelho, no último dia 8, Lessa reconheceu que as consultas das grandes empresas ainda são "tímidas", mas afirmou que o orçamento será ampliado para R$ 60,8 bilhões em 2005. Até setembro, o banco repassou R$ 25,9 bilhões -54,7% do total previsto.
"Operações de financiamento não dependem só da vontade do banco. Dependem da disposição do empresário. Muitos setores ainda estão tímidos", disse ele, após inaugurar uma escultura em homenagem aos 50 anos de morte do presidente Getúlio Vargas, no jardim do BNDES, no centro do Rio de Janeiro.
Lessa disse, porém, que tal situação nada tem a ver com uma suposta morosidade e ineficiência do banco, que, segundo ele, tem sido alardeada por "muitos colunistas" na imprensa. O presidente do BNDES não citou nomes.

Gula
Segundo ele, outras "bobagens" têm sido ditas, como a defesa de que os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), administrados pelo BNDES, sejam distribuídos diretamente pelos bancos.
Lessa disse que a proposta levará ao "desmonte" do BNDES. "A gula toda está em ter acesso aos recursos do FAT. Isso porque são recursos remunerados a uma taxa menor. Isso dará poder aos bancos de negociar seus empréstimos."
Para ele, outro "absurdo" que tem sido falado é a suposta relação entre a TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo) e a alta da Selic. Mais baixa, a TJLP (9,75% ao ano) baliza os empréstimos do BNDES. Lessa quer que a TJLP recue para 8%.
Tal proposta, afirmou Lessa, também tem como objetivo "destruir o BNDES".


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