São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Nível é o maior desde 3 de setembro; pressão do preço do petróleo tem acentuado o pessimismo do mercado

Risco-país sobe 4% e atinge 510 pontos

DA REPORTAGEM LOCAL

O risco-país subiu ontem acima dos 500 pontos e fechou no maior nível em mais de 50 dias. O cenário internacional mais adverso, com o petróleo alcançando novo preço recorde na tarde de ontem, prejudicou os negócios com os títulos da dívida do Brasil e de outros países emergentes.
Internamente, o dia também não foi muito positivo: a Bovespa caiu 0,58%, e o dólar terminou em alta de 0,49%, vendido a R$ 2,884.
A elevação das projeções do mercado para a inflação futura, mostrada pelo boletim Focus do BC, aponta um maior pessimismo dos analistas financeiros.
Na BM&F, as projeções das taxas de juros fecharam em alta. O contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com resgate daqui a um ano fechou com taxa de 17,93%, contra 17,77% de sexta-feira.
Com os investidores mais pessimistas no exterior, os títulos da dívida do Brasil caíram: o C-Bond registrou perda de 0,57%. O Global 40 recuou 1,35%. Como o risco-país é calculado a partir de uma cesta de papéis da dívida, acabou por fechar aos 510 pontos, com elevação de 4,08%.
O risco do México subiu 2,65%, e o venezuelano teve alta de 3,40%. A elevação do risco-país demonstra o crescimento do temor do investidor em relação ao risco de um calote. Isso acarreta o encarecimento, além de maiores dificuldades, na hora de empresas e do governo tentarem conseguir empréstimos no exterior.

Estrangeiros
O saldo das compras e vendas de ações feitas com capital estrangeiro na Bovespa nos primeiros 20 dias do mês ficou negativo em R$ 746,4 milhões.
Mas esse resultado não indica uma fuga de recursos das ações brasileiras. As recentes ofertas públicas -como as das estreantes Natura, Gol e ALL- tiveram uma importante participação dos estrangeiros. É que o resultado dessas ofertas não são computados no balanço da Bolsa.
A participação dos investidores estrangeiros nas ofertas públicas de ações da Natura, CCR, Gol, ALL e Braskem alcançou R$ 1,12 bilhão, o que representou 51,45% do volume total dessas distribuições. "O estrangeiro tem vendido ações no pregão para comprar outros papéis de empresas brasileiras, oferecidos nas últimas ofertas públicas", diz Ricardo Pinto Nogueira, superintendente da Bolsa. (FABRICIO VIEIRA)


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