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MERCADO FINANCEIRO
Nível é o maior desde 3 de setembro; pressão do preço do petróleo tem acentuado o pessimismo do mercado
Risco-país sobe 4% e atinge 510 pontos
DA REPORTAGEM LOCAL
O risco-país subiu ontem acima
dos 500 pontos e fechou no maior
nível em mais de 50 dias. O cenário internacional mais adverso,
com o petróleo alcançando novo
preço recorde na tarde de ontem,
prejudicou os negócios com os títulos da dívida do Brasil e de outros países emergentes.
Internamente, o dia também
não foi muito positivo: a Bovespa
caiu 0,58%, e o dólar terminou em
alta de 0,49%, vendido a R$ 2,884.
A elevação das projeções do
mercado para a inflação futura,
mostrada pelo boletim Focus do
BC, aponta um maior pessimismo dos analistas financeiros.
Na BM&F, as projeções das taxas de juros fecharam em alta. O
contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com resgate daqui a um
ano fechou com taxa de 17,93%,
contra 17,77% de sexta-feira.
Com os investidores mais pessimistas no exterior, os títulos da
dívida do Brasil caíram: o C-Bond
registrou perda de 0,57%. O Global 40 recuou 1,35%. Como o risco-país é calculado a partir de
uma cesta de papéis da dívida,
acabou por fechar aos 510 pontos,
com elevação de 4,08%.
O risco do México subiu 2,65%,
e o venezuelano teve alta de
3,40%. A elevação do risco-país
demonstra o crescimento do temor do investidor em relação ao
risco de um calote. Isso acarreta o
encarecimento, além de maiores
dificuldades, na hora de empresas
e do governo tentarem conseguir
empréstimos no exterior.
Estrangeiros
O saldo das compras e vendas
de ações feitas com capital estrangeiro na Bovespa nos primeiros
20 dias do mês ficou negativo em
R$ 746,4 milhões.
Mas esse resultado não indica
uma fuga de recursos das ações
brasileiras. As recentes ofertas públicas -como as das estreantes
Natura, Gol e ALL- tiveram uma
importante participação dos estrangeiros. É que o resultado dessas ofertas não são computados
no balanço da Bolsa.
A participação dos investidores
estrangeiros nas ofertas públicas
de ações da Natura, CCR, Gol,
ALL e Braskem alcançou R$ 1,12
bilhão, o que representou 51,45%
do volume total dessas distribuições. "O estrangeiro tem vendido
ações no pregão para comprar
outros papéis de empresas brasileiras, oferecidos nas últimas ofertas públicas", diz Ricardo Pinto
Nogueira, superintendente da
Bolsa.
(FABRICIO VIEIRA)
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