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VAREJO
Medida faz parte da campanha da rede para tentar se livrar da imagem de que seus alimentos fazem mal à saúde
McDonald's informará caloria na embalagem
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de começar a vender
maçãs (80 kcal cada), água de coco (40 kcal, para 200 ml) e até um
pacotinho de cenouras em palito
(30 kcal) para acompanhar os lanches no lugar das batatas fritas
(440 kcal, a grande), o McDonald's anunciou ontem que as
embalagens de seus produtos
passarão a conter valores nutricionais, entre eles as calorias contidas em cada alimento.
A medida será implantada no
primeiro semestre de 2006 em
restaurantes da América do Norte, da Europa, da Ásia e da América Latina. As informações aparecerão em gráficos de barras e com
ícones padronizados para ilustrar
os valores nutricionais em calorias, proteínas, gorduras, carboidratos e sódio contidos em cada
um dos produtos.
O principal sanduíche da marca, o Big Mac, por exemplo, tem,
no Brasil, 490 calorias, 23 gramas
de proteínas, 25 gramas de gorduras, 45 gramas de carboidratos e
1.020 miligramas de sódio.
No país, segundo a assessoria de
imprensa da rede no país, as novas embalagens podem demorar
um pouco mais para chegar, mas
deverá ser no ano que vem.
O atraso com relação aos restaurantes de outras partes do mundo
deve ocorrer porque ainda serão
feitas adaptações do formato padrão para atender às exigências da
legislação e das autoridades brasileiras. Além dos ícones, no Brasil,
seria necessário ter também informações em texto.
De acordo com a rede, esse é
mais um passo de seu compromisso com a alimentação balanceada e o estilo de vida saudável.
A rede ainda luta para afastar o estigma de "vilã da saúde", que atingiu seu auge com o lançamento,
no ano passado, do documentário
"Super Size Me - A Dieta do Palhaço", que mostra como o americano Morgan Spurlock engordou
11 quilos ao passar 30 dias comendo apenas no McDonald's.
Entre as medidas anunciadas
nesta ano pela rede, está o lançamento de uma linha infantil de
skates, bicicletas, patinetes, roupas, acessórios, vídeos e brinquedos com a marca McKids, que
têm como objetivo estimular
"uma vida ativa e moderna", segundo informa a empresa.
Ações
"Encaramos isso como uma fórmula para o sucesso de um estilo
de vida equilibrado", disse Jim
Skinner, principal executivo da
empresa, em entrevista ontem.
Skinner, que assumiu o posto de
principal executivo do McDonald's há 11 meses, foi o responsável pela introdução das saladas de
frutas e nozes e dos sanduíches
premium de frango comercializados a US$ 3,89 nos EUA, produtos
destinados a atrair mães e outros
consumidores que evitam os
hambúrgueres e as batatas fritas
da rede de lanchonetes.
As preocupações referentes ao
valor nutritivo dos alimentos reduziram as vendas da rede no Reino Unido, onde, no mês passado,
o McDonald's abriu a cozinha e
todas as áreas de serviços de seus
restaurantes à visitação pública e
aumentou a publicidade para tentar melhorar sua imagem entre os
consumidores.
"De maneira semelhante ao
Wal-Mart, o McDonald's é o pára-raios natural de qualquer crítica referente à saúde, onde quer
que esteja", disse Win Murray,
analista da Harris Associates, de
Chicago, que administra US$ 60,6
bilhões em ativos e contabilizava,
até 30 de junho passado, 42 milhões de ações do McDonald's.
"Eles são os maiores e os mais
bem-sucedidos."
As ações do McDonald's, que alcançaram alta de 3,3% neste ano
nos EUA até ontem, estão a caminho de registrar seu pior desempenho desde 2002. As vendas das
lojas abertas há pelo menos 13
meses aumentaram 3,7% no terceiro trimestre deste ano, a mais
desacelerada taxa de crescimento
desde o primeiro trimestre de
2003. Desde aquele ano, as vendas
do McDonald's têm crescido todos os trimestres devido ao lançamento de novos produtos.
(BL)
Com a Bloomberg
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