São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2005

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VAREJO

Medida faz parte da campanha da rede para tentar se livrar da imagem de que seus alimentos fazem mal à saúde

McDonald's informará caloria na embalagem

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de começar a vender maçãs (80 kcal cada), água de coco (40 kcal, para 200 ml) e até um pacotinho de cenouras em palito (30 kcal) para acompanhar os lanches no lugar das batatas fritas (440 kcal, a grande), o McDonald's anunciou ontem que as embalagens de seus produtos passarão a conter valores nutricionais, entre eles as calorias contidas em cada alimento.
A medida será implantada no primeiro semestre de 2006 em restaurantes da América do Norte, da Europa, da Ásia e da América Latina. As informações aparecerão em gráficos de barras e com ícones padronizados para ilustrar os valores nutricionais em calorias, proteínas, gorduras, carboidratos e sódio contidos em cada um dos produtos.
O principal sanduíche da marca, o Big Mac, por exemplo, tem, no Brasil, 490 calorias, 23 gramas de proteínas, 25 gramas de gorduras, 45 gramas de carboidratos e 1.020 miligramas de sódio.
No país, segundo a assessoria de imprensa da rede no país, as novas embalagens podem demorar um pouco mais para chegar, mas deverá ser no ano que vem.
O atraso com relação aos restaurantes de outras partes do mundo deve ocorrer porque ainda serão feitas adaptações do formato padrão para atender às exigências da legislação e das autoridades brasileiras. Além dos ícones, no Brasil, seria necessário ter também informações em texto.
De acordo com a rede, esse é mais um passo de seu compromisso com a alimentação balanceada e o estilo de vida saudável. A rede ainda luta para afastar o estigma de "vilã da saúde", que atingiu seu auge com o lançamento, no ano passado, do documentário "Super Size Me - A Dieta do Palhaço", que mostra como o americano Morgan Spurlock engordou 11 quilos ao passar 30 dias comendo apenas no McDonald's.
Entre as medidas anunciadas nesta ano pela rede, está o lançamento de uma linha infantil de skates, bicicletas, patinetes, roupas, acessórios, vídeos e brinquedos com a marca McKids, que têm como objetivo estimular "uma vida ativa e moderna", segundo informa a empresa.

Ações
"Encaramos isso como uma fórmula para o sucesso de um estilo de vida equilibrado", disse Jim Skinner, principal executivo da empresa, em entrevista ontem.
Skinner, que assumiu o posto de principal executivo do McDonald's há 11 meses, foi o responsável pela introdução das saladas de frutas e nozes e dos sanduíches premium de frango comercializados a US$ 3,89 nos EUA, produtos destinados a atrair mães e outros consumidores que evitam os hambúrgueres e as batatas fritas da rede de lanchonetes.
As preocupações referentes ao valor nutritivo dos alimentos reduziram as vendas da rede no Reino Unido, onde, no mês passado, o McDonald's abriu a cozinha e todas as áreas de serviços de seus restaurantes à visitação pública e aumentou a publicidade para tentar melhorar sua imagem entre os consumidores.
"De maneira semelhante ao Wal-Mart, o McDonald's é o pára-raios natural de qualquer crítica referente à saúde, onde quer que esteja", disse Win Murray, analista da Harris Associates, de Chicago, que administra US$ 60,6 bilhões em ativos e contabilizava, até 30 de junho passado, 42 milhões de ações do McDonald's. "Eles são os maiores e os mais bem-sucedidos."
As ações do McDonald's, que alcançaram alta de 3,3% neste ano nos EUA até ontem, estão a caminho de registrar seu pior desempenho desde 2002. As vendas das lojas abertas há pelo menos 13 meses aumentaram 3,7% no terceiro trimestre deste ano, a mais desacelerada taxa de crescimento desde o primeiro trimestre de 2003. Desde aquele ano, as vendas do McDonald's têm crescido todos os trimestres devido ao lançamento de novos produtos. (BL)


Com a Bloomberg

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