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Agências criticam passagens aéreas a R$ 1
FABÍOLA SALANI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO
Na abertura do 34º congresso da Abav (Associação
Brasileira das Agencias de
Viagem), seu presidente,
João Martins Neto, criticou
promoções de passagens aéreas a R$ 1 ou R$ 50 e pediu
que o total de assentos disponibilizados nas ofertas seja
divulgado ao público.
"Peço à Anac [Agencia Nacional de Aviação Civil] que
regulamente que nesse tipo
de oferta qualquer pessoa
saiba quantos assentos são
oferecidos a preços mais baixos. Porque, do contrário,
são criadas falsas expectativas e o cliente passa a madrugada na esperança de conseguir uma passagem que não
existe."
A critica veio depois de
uma defesa das aéreas nacionais em geral e não foi nominal, embora Martins Neto tenha citado apenas ofertas da
Gol em sua fala.
Ela teve origem nos conflitos envolvendo aéreas e
agências nos últimos anos
devido à discordância quanto às comissões pagas. Martins Neto chegou a dizer que
"80% dos bilhetes aéreos e
pacotes hoje no Brasil são
vendidos pelas agencias e há
incompreensão das aéreas
para com as nossas comissões".
O vice-presidente de marketing e serviços da Gol, Tarcisio Gargioni, disse que a aérea, "com críticas ou sem críticas", não vai desistir das
promoções. Quanto às comissões, Gargioni disse que a
Gol paga o mesmo percentual a todos os agentes e que
está disposta a negociar.
O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que as
ofertas são reguladas pela
agência, que recebe o total de
assentos disponíveis, e que o
correto é que elas sejam ocasionais, para não haver "canibalismo".
Varig
O presidente da Abav pediu à Anac que acelere a concessão do Cheta à Varig
-certificado que confere
status de aérea.
Presente à solenidade, o
ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, foi além.
"Pedi ao Zuanazzi que me dê
esse presente de Natal."
Mas o presidente da Anac
foi mais cauteloso. "Estamos
analisando uma concessão
para uma nova companhia.
Eles entraram com o pedido
em 24 de julho. A Gol, por
exemplo, levou nove meses
para obter a certificação. Essa é uma avaliação técnica,
não politica."
De janeiro de 2003 a agosto deste ano, o setor de turismo gerou 966 mil empregos
diretos -sendo 322 mil deles
formais. Os dados são do Ministério do Trabalho.
A aviação civil registra
crescimento há 36 meses
-em 2005, a expansão do total de passageiros foi de
20,1%, segundo a Infraero.
Até agosto, 46 milhões de
passageiros tinham viajado
pelo país, 10,5% mais do que
no mesmo período de 2005.
Os dados dão uma dimensão do momento que vive o
turismo. Ontem, no congresso da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem), o ministro do Turismo,
Walfrido dos Mares Guia, fez
um balanço de sua gestão. De
um Orçamento de R$ 2,2 bilhões nos quatro anos do governo, R$ 1,469 bilhão foi investido em infra-estrutura.
A meta do Plano Nacional
de Turismo era chegar a 7
milhões de turistas estrangeiros neste ano. Mares Guia
vem dizendo que a meta não
será cumprida devido à crise
da Varig.
A jornalista FABÍOLA SALANI viajou ao Rio
de Janeiro a convite da Abav
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