São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agências criticam passagens aéreas a R$ 1

FABÍOLA SALANI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

Na abertura do 34º congresso da Abav (Associação Brasileira das Agencias de Viagem), seu presidente, João Martins Neto, criticou promoções de passagens aéreas a R$ 1 ou R$ 50 e pediu que o total de assentos disponibilizados nas ofertas seja divulgado ao público. "Peço à Anac [Agencia Nacional de Aviação Civil] que regulamente que nesse tipo de oferta qualquer pessoa saiba quantos assentos são oferecidos a preços mais baixos. Porque, do contrário, são criadas falsas expectativas e o cliente passa a madrugada na esperança de conseguir uma passagem que não existe." A critica veio depois de uma defesa das aéreas nacionais em geral e não foi nominal, embora Martins Neto tenha citado apenas ofertas da Gol em sua fala. Ela teve origem nos conflitos envolvendo aéreas e agências nos últimos anos devido à discordância quanto às comissões pagas. Martins Neto chegou a dizer que "80% dos bilhetes aéreos e pacotes hoje no Brasil são vendidos pelas agencias e há incompreensão das aéreas para com as nossas comissões".
O vice-presidente de marketing e serviços da Gol, Tarcisio Gargioni, disse que a aérea, "com críticas ou sem críticas", não vai desistir das promoções. Quanto às comissões, Gargioni disse que a Gol paga o mesmo percentual a todos os agentes e que está disposta a negociar. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que as ofertas são reguladas pela agência, que recebe o total de assentos disponíveis, e que o correto é que elas sejam ocasionais, para não haver "canibalismo".

Varig
O presidente da Abav pediu à Anac que acelere a concessão do Cheta à Varig -certificado que confere status de aérea. Presente à solenidade, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, foi além. "Pedi ao Zuanazzi que me dê esse presente de Natal." Mas o presidente da Anac foi mais cauteloso. "Estamos analisando uma concessão para uma nova companhia. Eles entraram com o pedido em 24 de julho. A Gol, por exemplo, levou nove meses para obter a certificação. Essa é uma avaliação técnica, não politica."
De janeiro de 2003 a agosto deste ano, o setor de turismo gerou 966 mil empregos diretos -sendo 322 mil deles formais. Os dados são do Ministério do Trabalho.
A aviação civil registra crescimento há 36 meses -em 2005, a expansão do total de passageiros foi de 20,1%, segundo a Infraero. Até agosto, 46 milhões de passageiros tinham viajado pelo país, 10,5% mais do que no mesmo período de 2005.
Os dados dão uma dimensão do momento que vive o turismo. Ontem, no congresso da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem), o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, fez um balanço de sua gestão. De um Orçamento de R$ 2,2 bilhões nos quatro anos do governo, R$ 1,469 bilhão foi investido em infra-estrutura.
A meta do Plano Nacional de Turismo era chegar a 7 milhões de turistas estrangeiros neste ano. Mares Guia vem dizendo que a meta não será cumprida devido à crise da Varig.


A jornalista FABÍOLA SALANI viajou ao Rio de Janeiro a convite da Abav

Texto Anterior: Varig dá vôo "grátis" a cliente da concorrência
Próximo Texto: Turismo gera 966 mil vagas desde 2003
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.