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Criação de vagas na indústria de SP deve perder ritmo em 2009
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise financeira afetou a expectativa dos empresários para
a criação de vagas na indústria
paulista nos próximos seis meses. E o pessimismo pode ser
constatado entre empresas de
pequeno, médio e grande portes, segundo levantamento feito pela Fiesp (Federação das
indústrias do Estado de São
Paulo).
O indicador de expectativas
para o emprego ficou, na média
das 243 empresas consultadas,
em 47,5 pontos no terceiro trimestre deste ano, o que representou uma queda de 5,9 pontos em relação ao que foi constatado no terceiro trimestre do
ano passado e de 5,1 pontos na
comparação com segundo trimestre deste ano.
"Até o segundo trimestre
deste ano, o ritmo de criação de
empregos com carteira assinada na indústria de transformação paulista era maior do que o
que ocorreu no mesmo período
em anos anteriores. Mas a partir do terceiro trimestre de
2008, essa tendência se inverteu na indústria, o que não
ocorreu no comércio nem no
setor de serviços", explica Fábio Romão, economista da
LCA.
No terceiro trimestre deste
ano, a indústria de transformação do Estado de São Paulo
criou 12,2% vagas a menos do
que o número de postos abertos em igual período de 2007
-foram 43,8 mil empregos formais criados entre julho e setembro de 2008 ante 49,9 mil
entre julho e setembro de 2007,
segundo dados do Caged (Cadastro Geral dos Empregados e
Desempregados), do Ministério do Trabalho.
O que contribuiu para inverter o ritmo de criação de vagas
no terceiro trimestre, segundo
avalia Romão, foram a desaceleração da economia, constatada a partir do segundo semestre ano, e a mudança de expectativa dos empresários, verificada principalmente a partir de
setembro. "E essa mudança de
perspectiva certamente está
relacionada à crise financeira
internacional", afirma.
A queda no ritmo de geração
de vagas, já verificada no terceiro trimestre deste ano e com
mais intensidade em setembro,
é maior no interior paulista do
que na região metropolitana,
de acordo com os dados levantados pelo Caged.
A tendência é que a desaceleração na criação de vagas se
acentue a partir do ano que
vem, segundo especialistas.
Para a ocupação, a LCA projeta crescimento de 3,4% e
2,3%, respectivamente neste
ano e em 2009. "No próximo
ano, nossa projeção é que vamos voltar aos níveis de 2005
no que diz respeito à criação de
vagas [formais e informais]",
diz Romão. Para a rendimento
médio real, a previsão é de aumento de 2,6% neste ano e de
2,5% no próximo ano.
Na avaliação de Marcelo
Nonnenberg, coordenador do
Grupo de Análise e Previsões
do Ipea, o nível de emprego não
deverá ser "muito afetado" em
2009. "O que deve acontecer é a
redução de horas extras e de
turnos em alguns setores, mas
tudo depende da extensão da
desaceleração da economia",
afirma.
Fábio Silveira, sócio diretor
da RC Consultores, estima que
o pessoal ocupado deve crescer
entre 1,5% e 2% no ano que vem
e a massa salarial, 2%. Neste
ano, na sua avaliação, o pessoal
ocupado deve crescer 4% e, a
massa salarial, 7,2%. "A falta de
crédito dificulta a gestão das
empresas que, conseqüentemente, acabam tomando medidas mais rigorosas em relação
ao emprego."
(CR e FF)
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