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Vacina "natural" pode ser solução anticarrapato
DA REPORTAGEM LOCAL
A possibilidade de combater
a infestação de carrapatos em
bovinos sem lançar mão de
produtos químicos poluentes
pode chegar aos pecuaristas
brasileiros dentro de três anos.
A Unesp, em parceria com a
Embrapa (Empresa Brasileira
de Agropecuária) e com a USP,
desenvolve uma pesquisa para
a criação de uma vacina, produzida a partir de anticorpos,
contra as substâncias responsáveis pela fixação do parasita
na pele dos animais.
"No momento ainda estamos
estudando o genoma funcional
de órgãos do carrapato para
descobrir quais os genes responsáveis pela fixação e pela
alimentação dos parasitas",
afirmou Gervásio Bechara,
coordenador do desenvolvimento da vacina.
A previsão é que o projeto seja concluído em 2005. A partir
dessa data, as vacinas poderão
ser lançadas no mercado.
Hoje o método mais difundido para a eliminação de carrapatos dos rebanhos é a utilização de acaricidas. No entanto,
além de serem tóxicos, esses
produtos também precisam ser
reaplicados inúmeras vezes ao
longo do ano, o que termina
por criar uma resistência dos
parasitas à substância.
No mercado há ainda uma
vacina anticarrapato de origem
cubana. Porém, de acordo com
Bechara, ela tem baixa eficácia
e não dispensa aplicações concomitantes de acaricidas.
Prejuízos
Segundo especialistas, a chegada da vacina ao mercado poderá ajudar a resolver um dos
principais problemas da bovinocultura brasileira.
Ao ser infestado por carrapatos, o gado reduz a produção de
leite. Além disso, as marcas deixadas pelo mesmo prejudicam
a qualidade do couro. O parasita também é transmissor de
doenças como a tristeza bovina, que causa anemia e, em
muitos casos, a morte.
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