São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 2002

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Vacina "natural" pode ser solução anticarrapato

DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de combater a infestação de carrapatos em bovinos sem lançar mão de produtos químicos poluentes pode chegar aos pecuaristas brasileiros dentro de três anos.
A Unesp, em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuária) e com a USP, desenvolve uma pesquisa para a criação de uma vacina, produzida a partir de anticorpos, contra as substâncias responsáveis pela fixação do parasita na pele dos animais.
"No momento ainda estamos estudando o genoma funcional de órgãos do carrapato para descobrir quais os genes responsáveis pela fixação e pela alimentação dos parasitas", afirmou Gervásio Bechara, coordenador do desenvolvimento da vacina.
A previsão é que o projeto seja concluído em 2005. A partir dessa data, as vacinas poderão ser lançadas no mercado.
Hoje o método mais difundido para a eliminação de carrapatos dos rebanhos é a utilização de acaricidas. No entanto, além de serem tóxicos, esses produtos também precisam ser reaplicados inúmeras vezes ao longo do ano, o que termina por criar uma resistência dos parasitas à substância.
No mercado há ainda uma vacina anticarrapato de origem cubana. Porém, de acordo com Bechara, ela tem baixa eficácia e não dispensa aplicações concomitantes de acaricidas.

Prejuízos
Segundo especialistas, a chegada da vacina ao mercado poderá ajudar a resolver um dos principais problemas da bovinocultura brasileira.
Ao ser infestado por carrapatos, o gado reduz a produção de leite. Além disso, as marcas deixadas pelo mesmo prejudicam a qualidade do couro. O parasita também é transmissor de doenças como a tristeza bovina, que causa anemia e, em muitos casos, a morte.


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