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Argentina anuncia plano contra crise
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O governo argentino
anunciou ontem um plano
anticrise que inclui a recriação do Ministério da Produção e o envio ao Congresso de
um projeto de incentivo à repatriação de capitais e ao trabalho formal em pequenas
empresas.
As medidas foram anunciadas pela presidente Cristina Kirchner no encontro
anual da UIA (União Industrial Argentina), a Fiesp do
país vizinho, mas não contemplaram a reivindicação
da indústria -que responde
por 62% das exportações-
por um dólar mais alto.
Além da recriação da pasta
da Produção, incorporada à
Economia justamente sob
Néstor Kirchner (2003-2007), Cristina anunciou à
noite um plano de obras públicas de 70 bilhões de pesos
(R$ 48 bilhões), a ser detalhado no dia 15.
A economia argentina soma efeitos da crise mundial.
A atividade industrial caiu
1,9%. Os anúncios de investimento recuaram 42% em outubro. Os industriais temem
que a defasagem do câmbio
propicie uma "invasão" de
produtos estrangeiros.
De julho a ontem, o peso
perdeu 10,2% ante o dólar,
enquanto moedas de importantes parceiros comerciais
-como real (45%), pesos
mexicano (30%), chileno
(28%) e euro (21%)- caíram
mais, o que torna suas exportações mais baratas.
O pacote anunciado ontem
por Cristina como "alívio fiscal" para 84% das empresas
do país prevê perdão total de
dívidas a firmas de até dez
funcionários que registrarem todo seu pessoal, além
de benefícios para novas
contratações -desconto das
contribuições patronais no
primeiro (50%) e no segundo
(25%) ano. Outra medida cobra menos impostos de capitais repatriados para investimentos produtivos.
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